Em nota oficial, publicada nesta quarta-feira (10/7), a Universidade Federal de Goiás (UFG) comunicou que o orçamento disponível não é suficiente para custear as despesas até o fim deste ano. Segundo a instituição, com o bloqueio de 30% do orçamento feito pelo governo federal no mês de abril, a universidade chegou ao fim do primeiro semestre de 2019 “com severas dificuldades para a manutenção das atividades”.
Ainda conforme o texto, considerando parte do recurso que não foi bloqueado, a UFG analisa novas medidas de racionamento e redução de serviços. Números apresentados pela instituição mostram um déficit de 69% do orçamento previsto para o pagamento de serviços essenciais, como energia, água, segurança e limpeza, além do pagamento de parte das bolsas de ensino, pesquisa e extensão a alunos de graduação e de pós-graduação.
A instituição tem aproximadamente 23 mil alunos atualmente em cursos presenciais. Dentro do estado de Goiás, são cinco regionais, localizadas nas cidades de Goiânia, Catalão, Jataí, Cidade de Goiás e Cidade Ocidental (em implantação). O Câmpus de Aparecida de Goiânia integra a Regional Goiânia. São 150 cursos de graduação, 62 mestrados e 31 doutorados.
Nota oficial publicada pela UFG
Leia abaixo o texto publicado na íntegra pela Universidade Federal de Goiás (UFG):
A Universidade Federal de Goiás, ao longo dos últimos anos, tem trabalhado para aperfeiçoar os instrumentos de gestão orçamentária e financeira de forma a garantir o funcionamento de suas atividades, buscando sempre maior eficiência e economicidade. Com o bloqueio de 30% do orçamento pelo governo federal no mês de abril, a UFG chegou ao fim do primeiro semestre de 2019 com severas dificuldades para a manutenção das atividades meio, como contratações e aquisições, porém preservando as atividades fins: ensino, pesquisa e extensão.
Logo após a divulgação do bloqueio orçamentário, as universidades federais iniciaram uma intensa mobilização para reverter esse quadro. Iniciamos o segundo semestre com bastante preocupação, visto não haver ainda qualquer sinalização por parte do Ministério da Educação quanto ao desbloqueio no orçamento das Universidades.
Distribuído de forma equânime entre os semestres, a dotação de cada ano é planejada pela equipe gestora da UFG de acordo com as necessidades contratuais e prioridades da instituição. Para os próximos seis meses, estariam reservados cerca de 39 milhões, metade do orçamento anual de custeio previsto em Lei para a UFG em 2019.
Desse montante, aproximadamente 27 milhões destinados ao custeio estão bloqueados, representando um déficit de 69% do orçamento previsto para o pagamento de serviços essenciais, como energia, água, segurança e limpeza, além do pagamento de parte das bolsas de ensino, pesquisa e extensão a alunos de graduação e de pós-graduação.
Considerando que o orçamento disponível (não bloqueado) não será suficiente para custear as despesas da instituição até o final do ano, novas medidas de racionamento e redução de serviços estão sendo analisadas e implementadas.
A Reitoria da UFG, de forma articulada com as demais universidades federais, com a Andifes e com entidades da sociedade civil e parlamentares, intensificará as ações junto ao Governo Federal para reverter esse quadro. Caso o bloqueio do orçamento persista, a UFG não terá como evitar a paralisação total de suas atividades de ensino, pesquisa e extensão, acarretando graves prejuízos à comunidade acadêmica e, consequentemente, à sociedade.