O professor de catequese acusado de mais de 20 estupros contra crianças em Guará, Distrito Federal, continua foragido e pode estar tendo ajuda de familiares próximos para se esconder. Conforme apontaram as investigações, os crimes praticados pelo catequista aconteciam há mais de 20 anos.
O catequista José Antônio Silva, de 47 anos, está sendo investigado por estupro de vulnerável, e depois da primeira denúncia a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) já conseguiu identificar 13 vítimas, que prestaram depoimento na delegacia. O depoimento de outras sete está sendo avaliado. Entretanto, José Antônio é suspeito de cometer abusos sexuais contra pelo menos 26 crianças no Guará.
Um mandado de prisão preventiva foi expedido contra José Antônio, que se encontra foragido. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Douglas Fernandes, a um jornal de Brasília, o acusado está contando com a ajuda de familiares para fugir e se esconder. “Após a denúncia, ele se escondeu na casa de uma irmã, no Riacho Fundo 2, mas quando chegamos ao endereço, ele havia fugido”, revelou.
Ainda segundo o delegado, José Antônio tem familiares no Rio Grande do Norte e no Maranhão. Ele não descarta que o acusado tenha fugido para esses estados.
Os investigadores solicitaram que o nome do suspeito seja incluído no cadastro nacional de foragidos e aguardam decisão da Justiça.
Casos de abuso sexual supostamente cometidos por catequista do DF chocaram investigadores
As vítimas de José Antônio, que tinham à época entre 4 e 10 anos, teriam sido abusadas em um quarto da casa dos pais do catequista. Os crimes de pedofilia atribuídos ao homem datam de 25 anos atrás. Mas uma vítima mais recente, um menino de 4 anos, teria sido violentada em dezembro de 2018.
Conforme o delegado Douglas Fernandes, a investigação começou com a primeira denúncia de uma vítima que compareceu à delegacia. O rapaz, um sobrinho de José Antônio, hoje com 30 anos, relatou abusos sofridos por ele, e revelou que não denunciou antes por medo uma vez que isso “mancharia a imagem da família”.
O delegado relata que o catequista aproveitava da confiança dos familiares para estuprar as vítimas (seus sobrinhos). Ele cometia os atos no quarto da casa dos pais, em Guará. Os relatos dos abusos são estarrecedores. “Ele falava que mostraria desenhos, que eles jogariam videogame, e praticava os abusos, que variavam entre prática de sexo oral e penetração anal. Além disso, ejaculava na boca das crianças e dizia que aquilo era bom para elas crescerem fortes e saudáveis. Que era para eles aprenderem e, quando crescessem, praticar com as namoradas”, revelou o delegado Douglas Fernandes.
Ele ainda conta que o caso impressionou até mesmo os investigadores. Segundo Douglas, o caso choca ainda mais “pela proximidade que ele tinha com as vítimas”.