A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou nesta segunda-feira (8/7) uma ação que cumpre, no âmbito de uma operação batizada de Yuri Orlov, mandados de prisão preventiva e apreensão contra um grupo criminoso especializado na compra, fabricação e comércio de armas de fogo. Entre os presos está um PM aposentado, que fornecia munições para a quadrilha.
Conforme a PCDF, foram cumpridos até agora 14 mandados de prisão preventiva e 15 de apreensão. A Operação Orlov, que cumpre os mandados em Taguatinga, Santa Maria, Novo Gama e Cidade Ocidental, é uma iniciativa da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais da Polícia Civil.
A polícia informou ainda que as investigações começaram há três meses, após denúncias anônimas. Conforme adiantado por um jornal de Brasília, até o momento, quatro armas foram apreendidas e 11 pessoas foram presas, a maioria delas de 20 a 30 anos. Quatro acusados ainda estão foragidos.
O diretor da Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), Fernando Cocito, contou que os membros do grupo são “pessoas perigosas que viviam do varejo e do aluguel dessas armas”. Cocito conta que os criminosos modificavam as armas transformando-as em uso restrito, potencializando-as, e que faziam alterações no armamento como colocação de lunetas e rajadas. As armas eram vendidas no Distrito Federal e no Entorno.
A investigação indica que a quadrilha usava um App de conversa para o comércio, e o preço do equipamento variava e chegava a custar até R$ 6,5 mil reais. De acordo com o delegado Diego Castro, ainda não é possível precisar quantas armas eles vendiam e há quanto tempo o grupo mantinha o esquema.
PM aposentado era o fornecedor do grupo
Entre os presos, conforme a polícia ao veículo braziliense, está um policial militar aposentado que seria o fornecedor de munições ao grupo.
De acordo com Diego Castro, ainda não é possível dizer onde o policial aposentado conseguia o material, mas que ele teria uma certa facilidade devido à função que costumava exercer. Uma equipe da corregedoria da Polícia Militar acompanhou a operação e ele foi encaminhado para cumprir a pena no batalhão.
Se condenados, os envolvidos podem pegar de três a seis anos de reclusão por posse e porte de arma de fogo de uso restrito e mais quatro a oito em razão do comércio, além da pena por associação criminosa. A investigação vai continuar e objetos apreendidos, como celulares, serão analisados.
Operação Yuri Orlov
A operação da polícia que chegou aos criminosos recebeu o nome de Yuri Orlov em referência ao filme Senhor das Armas, que conta a história de um traficante internacional de armas.
O filme é uma clara referência ao russo Viktor Bout, julgado e condenado nos Estados Unidos como o maior traficante de armas ilegais do mundo. Bout, ou “o senhor das armas”, como era conhecido, foi acusado de fornecer armas para guerras no Afeganistão, Angola, República Democrática do Congo, Libéria, Ruanda, Serra Leoa e Sudão.