O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), assinou, na tarde da última quarta-feira (3/7), a ordem de serviço para a retomada das obras do Hospital do Servidor Público de Goiás. Caiado se comprometeu a entregar a obra terminada no prazo de 7 meses, “com toda aparelhagem e com médicos atendendo o paciente”. O evento deveria ter ocorrido na terça-feira (2/7), mas foi reprogramado para ontem.
A retomada das obras é resultado de um processo de moralização da gestão do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado (Ipasgo).
Acompanhado por secretários de Estado, autoridades e imprensa, Caiado percorreu as áreas inacabadas no primeiro piso do hospital, incluindo a lavanderia, refeitório, cozinha, enfermaria e, no térreo, a ala para exames de imagem. No espaço onde já deveria estar funcionando o serviço de tomografia, o piso ainda está no chão batido, e as paredes no concreto, com fiação à vista.
O governador aproveitou para alfinetar a última gestão, que inaugurou o hospital sem que ele estivesse acabado. “Aqueles que se diziam defensores do servidor público davam com uma mão e retiravam com as duas”, comentou Caiado, lembrando que orçamento inicial para construção do hospital era de R$ 67,1 milhões. A obra deveria ter sido entregue em abril de 2016. Nesse período, teve 17 aditivos, o que fez o valor saltar para R$ 84,4 milhões. Segundo levantamento do Ipasgo, serão necessários mais cerca de R$ 80 milhões para equipar a unidade de saúde, já que a gestão passada não realizou previsão orçamentária para aquisição de equipamentos e insumos.
Evento em que Caiado assinaria a ordem de serviço para o hospital na terça foi cancelado após operação prender funcionários do Ipasgo
O adiamento do evento de assinatura da ordem de serviço para a retomada das obras do Hospital do Servidor Público de Goiás pode ter sido influenciado por um operação policial deflagrada no Ipasgo.
Três membros da Polícia Civil de Goiás foram presos na manhã de quarta-feira (3/7) em Anápolis, município a 60 quilômetros de Goiânia. O delegado aposentado Glayson Charlles Reis, o agente Rogério Ângelo Batista e o escrivão Ivair Pereira de Miranda, todos membros da corporação, são investigados por peculato, associação criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
As prisões foram feitas em caráter preventivo, e a investigação encontra-se sob sigilo na Corregedoria da Polícia Civil.
Em nota, a assessoria da Polícia Civil confirmou as prisões, mas não adiantou outras informações