Eleita seis vezes a melhor jogadora de futebol do mundo, Marta está com fome de bola. Ela ficou fora da estreia do Brasil no Mundial Feminino de futebol, que está sendo disputado na França, e atuou apenas no primeiro tempo diante da Austrália, na derrota por 3 a 2 – enquanto esteve em campo, a equipe vencia por 2 a 1, com um gol dela, de pênalti.
A lesão na coxa esquerda parece ter ido embora. A estratégia do técnico Vadão foi poupá-la na etapa final do último jogo, até porque fisicamente ela não aguentaria os 90 minutos, e a boa notícia é que a craque do Brasil vem treinando normalmente e deve ser titular diante da Itália, em Valenciennes, na próxima terça-feira, quando a seleção definirá seu futuro no torneio.
A presença da camisa 10 em campo muda o patamar da seleção. Tanto que mesmo longe de sua forma física ideal, ela teve ótima movimentação e fez um gol histórico diante da Austrália. A atacante atingiu a marca de 16 gols em partidas de Copa do Mundo, igualando o recorde do alemão Miroslav Klose.
Além disso, se tornou a primeira atleta a marcar gols em cinco Copas diferentes: 2003, quando estreou com apenas 17 anos, 2007, 2011, 2015 e agora em 2019. Mesmo com a marca expressiva, ela não se dá por satisfeita. “É mais um detalhe escrito na história do futebol feminino. Estou honrada, mas há mais coisas a fazer neste torneio”, disse.
Aproveitando o momento, Marta mostrou na comemoração a sua chuteira preta, sem patrocínio, com um símbolo em rosa e azul, numa referência à igualdade de gênero. “Isso é pela igualdade de todas mulheres. Não gosto de falar, gosto de mostrar”, afirmou a jogadora, enfatizando o tema da campanha “Go Equal”.
Sem patrocínio de chuteira desde julho do ano passado, Marta optou por usar um calçado todo preto em protesto por não receber uma proposta razoável de patrocínio das marcas esportivas. Com isso, chamou atenção para a disparidade entre suporte financeiro que é dado para homens e mulheres no futebol.
Apesar da derrota, o gol dá confiança para Marta poder ajudar o Brasil diante da Itália, na terça-feira, pela última rodada do Grupo C. Com a goleada de 5 a 0 sobre a Jamaica, as italianas lideram a chave com 6 pontos enquanto Brasil e Austrália têm 3 pontos. As duas seleções mais bem colocadas se classificam, além de quatro equipes que ficarem em terceiro lugar (de seis grupos).
O maior problema do técnico Vadão é a volante Formiga, que está suspensa e não poderá atuar no duelo com a Itália. Além disso, a veterana está com entorse no tornozelo esquerdo. A tendência é de que Luana, que entrou no lugar da atleta depois do intervalo contra a Austrália, comece como titular.
Na sexta-feira, a equipe viajou de Montpellier até Lille. As jogadoras fizeram um trabalho regenerativo na academia e neste sábado pela manhã o treino será no Stade Jean Jacques, em Valenciennes, cidade que receberá a partida. Nessa atividade, Vadão vai começar a montar o time para buscar a classificação para a fase de mata-mata do Mundial Feminino.