Uma inspeção extraordinária foi feita nesta sexta-feira (14/6) no Centro de Atendimento Socioeducativo de Goiânia (Case) no Conjunto Vera Cruz. Durante a visita que contou com a presença de representantes do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) foram encontradas diversas irregularidades na unidade.
O MPGO esteve na vistoria do Case a convite do juiz do 2 Juizado da Infância e Juventude da Comarca de Goiânia, que apura atos infracionais, Renato César Dorta Pinheiro. Durante a vistoria os integrantes dos dois órgão ouviram os adolescentes que cumpre medida socioeducativa na unidade.
Os membros do juizado e do ministério encontraram diversas irregularidades, principalmente na estrutura do Case e nos equipamentos. Conforme divulgado pelo Poder Judiciário, os alojamentos do Case não possuem câmeras de segurança funcionando e seu estado de conservação é péssimo.
Além dos problemas de ordem estrutural, a inspeção constatou que as rodas são insuficientes e que o intervalo das revistas nos alojamentos é falha. Pois conforme o Poder Judiciário não é possível que a fiscalização seja efetiva com revistas bimestrais.
O juiz Renato César afirmou que as condições da unidade são precárias e providências precisam ser adotadas imediatamente, para evitar o clima de tensão no Case. “Os episódios que terminaram com as mortes de dois internos na semana passada não podem continuar. o Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública do Estado precisam dialogar para resolver as falhas encontradas na unidade e propor as soluções”, salienta o magistrado.
Dentro de cinco dias dois internos do Case Vera Cruz foram mortos pelos colegas de cela da unidade
O primeiro caso de assassinato no Case foi registrado na noite do último dia 6 de junho na capital. Na ocasião um adolescente de 15 anos foi encontrado morto dentro da cela na unidade. O colega de cela, um jovem de 17, tentou se eximir do crime ao afirmar que o outro interno cometeu suicídio, mas a perícia esteve no local e comprovou que o jovem foi assassinado. Após a perícia mostrar que o menor foi morto, o interno que dividia a cela com ele, confessou ser o autor do crime.
Com cinco dias do primeiro homicídio na unidade, um segundo caso foi registrado na madrugada do dia 11 do mês corrente. O corpo de Bruno Victor Vicente Alcântara, de 18 anos, foi encontrado por funcionários da unidade. O principal suspeito é outro interno do Case que confessou o crime. Na ocasião o suspeito afirmou que a vítima teria cometido um estupro do lado de fora da unidade, que motivo o assassinato de Bruno. Os dois caso são investigados pela Delegacia Estadual de Apuração de Atos Infracionais (Depai).