A Polícia Civil de Goiás, através da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (Dercc), está investigando o primeiro caso registrado de estupro virtual no estado. Uma equipe policial cumpriu, na manhã desta sexta-feira (14/6), um mandado de busca e apreensão na casa de um estudante suspeito de chantagear uma adolescente, obrigando-a a fazer e mandar vídeos pornográficos dela mesma, seguindo orientações expressas.
À reportagem do Dia Online, a delegada responsável pelo caso, Dra. Sabrina Leles, contou que a investigação teve início depois que a vítima tentou suicídio. Alguns familiares que tiveram conhecimento dos motivos procuraram a polícia e denunciaram o caso, uma vez que a jovem estaria sofrendo chantagem sexual por parte de um rapaz que conheceu na internet.
De acordo com a delegada, a adolescente, de 16 anos, e o suspeito, um estudante de 20 anos, se conheceram pela rede social Facebook e passaram a conversar pelo Messenger. Após algum tempo, eles acabaram trocando os chamados “nudes”, que são fotos íntimas ou de cunho sexual. Em posse das fotos, o homem começou a ameaçar a adolescente, dizendo que divulgaria as imagens íntimas mandadas por ela se ela não cumprisse as ordens dele.
A jovem, então, passou a ser vítima de estupro virtual. “Ele mandava ela fazer vídeos pornográficos dela mesma e enviar para ele. Eram ordens expressas: “faz um vídeo de 1 minuto e meio, faz isso, faz aquilo. Ela tinha que parar o que estava fazendo e obedecer”, revela a delegada.
Conforme a polícia, este seria o primeiro caso de estupro virtual investigado em Goiás. A delegada que investiga o caso preferiu não informar o município onde as diligências se desenrolam, uma vez que tanto a família da vítima quanto a do rapaz são bastante conhecidas na cidade.
Suspeito de estupro virtual diz que teve o perfil invadido
Conforme a polícia, na casa do suspeito foram apreendidos um notebook, um smartphone e pen drives pertencentes ao investigado, que serão devidamente periciados.
À polícia, o suspeito negou que tenha praticado os atos em questão, e disse que sua conta havia sido invadida. “A versão dele é plausível. Ele diz que alguns amigos o procuraram dizendo que suas mensagens recentes não são normais vindas dele, o que o fez pensar que sua conta foi invadida”, conta a delegada.
Entretanto, segundo a delegada, ainda não é possível concluir nada, uma vez que as investigações ainda estão em curso.
É o primeiro caso de estupro virtual investigado em Goiás, modalidade criminosa que já contou com uma condenação no Brasil.
O estupro virtual se verifica quando o autor, mediante grave ameaça, exige que a vítima pratique atos libidinosos em si mesma, filme e envie para o criminoso, ato ilícito que se dá através de contato digital (pela Internet).