Em entrevista exclusiva ao Portal Dia Online, Maycon Douglas, de 27 anos, pai do menino Rhuan Maycon da Silva Castro, de 9 anos, esquartejado pela mãe na noite de sábado (31/5), fala da dor de não ter conseguido salvar a vida do filho.
Desde 2015, quando a mãe saiu de casa com a namorada que ela conheceu em uma igreja evangélica, ele não conseguiu mais vê-lo com vida.
Rosana Auri da Silva Candido, de 27 anos, e Kacyla Priscyla Santiago Damasceno Pessoa, 28, foram presas depois de matar e esquartejar o menino Rhuan Maycon da Silva Castro, de 9 anos. O crime ocorreu na noite desta sexta-feira (31/5), em Samambaia Norte, no Distrito Federal.
Na delegacia, Rosana, que é mãe de Rhuan, confessou o crime e revelou ter planejado a morte do filho para se livrar de contato com a família do pai dele. A companheira da mulher também confessou participação e revelou detalhes do crime bárbaro. “Ela queria que ele desaparecesse”, declarou.
Mulheres fugiram com a criança que foi esquartejada pela mãe para Goiás
Do Acre, a família, quando passou a divulgar fotografias da criança que havia sido levada pela mãe, soube do paradeiro do menino em Goiás. “Meu pai foi até Goiânia e Trindade para onde elas tinham levado meu filho, mas não encontrou nada”, conta Maycon.
Abalado, disse que conversaria com o repórter para que conseguisse ajuda para encontrar respostas. Uma delas seria o motivo que a Justiça não ajudou a família a evitar que o filho fosse assassinado. “A Justiça brasileira não fez nada para salvar meu filho”, diz.
“Nós buscamos ajuda na polícia, no Conselho Tutelar, ligamos para todos os lugares possíveis”, lembra. “Nosso advogado conseguiu um mandado, mas ninguém parecia querer ajudar a gente”, ressalta.
Quando acordou na manhã deste sábado com os solavancos do pai desesperado, não sabia, mas encontraria nas redes sociais notícias de que o filho havia sido degolado, esquartejado e tido partes do corpo distribuídos em mochilas e uma mala. Uma das mochilas foi jogada dentro de um bueiro.
Maycon e Rosana Auri da Silva Cândido ficaram dois anos casados. “O casamento acabou, ela ficou morando com a minha família e eu fui embora quando descobri que ela tinha um caso com a mulher que ela conheceu na igreja e depois causou tudo isso [o crime]”, disse, antes de ficar em silêncio.
Desempregado, Maycon quer apenas conseguir ajuda financeira para viajar até Brasília e levar o corpo do filho para Rio Branco, capital do Acre, onde uma romaria de familiares e amigos se formou na casa da família desde a manhã. “Aqui ele vai ser sepultado pelas pessoas que amavam ele. Vai ser aplaudido por ter sido nosso guerreiro”, disse. “Sobrou apenas o sorriso do meu filho”, disse.
Em fotografias, o pequeno Rhuan aparece sorridente, brincando como qualquer criança. “Sobrou do meu filho apenas a memória dele sorrindo”, disse, antes de pedir: “Precisamos muito da ajuda das pessoas para que a gente consiga dar um sepultamento digno a ele”.