O inquérito finalizado da Polícia Civil sobre o caso da costureira Nayara Saraiva, de 22 anos, assassinada em Goiânia em dezembro de 2016, mostrou que seu namorado, Erick de Lima Souza, arquitetou o crime milimetricamente. O homem, que matou Nayara com um golpe na cabeça, é técnico em informática e utilizou suas habilidades para fraudar as provas que apontavam para ele, na tentativa de confundir as investigações.
Conforme o delegado responsável pelo caso, Carlos Caetano, Erick contou à polícia, na época do crime, que o último contato de Nayara teria sido com ele, no dia 15/12 de 2016, quando ela havia saído para trabalhar. Entretanto, a investigação concluiu que Erick matou a namorada na noite anterior, tomou posse de seu celular e enviou a mensagem – um “bom dia” – para o seu próprio aparelho, forjando uma conversa com Nayara que corroborasse sua versão.
A polícia conseguiu comprovar, também, que o celular de Erick esteve na casa da vítima às 21h43 do dia 14/12. Além disso, o homem também desativou um rastreador do carro que usou para transportar a vítima.
Segundo os laudos, Nayara morreu de traumatismo craniano. Erick utilizou um chaveiro em forma de carro para, somado à sua força bruta, dar uma pancada na cabeça de Nayara. Erick deverá responder pelos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver.
Responsável pela morte de costureira de Goiânia clamava por justiça nas redes sociais
A descoberta do corpo de Nayara, no dia 19/12 de 2016, provocou uma forte comoção entre os familiares e amigos da vítima. A moça, que trabalhava como costureira e era descrita como uma pessoa tranquila e sem inimigos, desapareceu quatro dias antes de ser achada morta após sair a pé para o trabalho, a quatro quadras de casa. O último contato foi feito com o namorado, via mensagem de celular. Uma pessoa que passava pelo local viu o cadáver e acionou a Polícia Militar.
Na ocasião, o corpo foi identificado pelo seu irmão, Eduardo Saraiva, que disse ter reconhecido a irmã pelas roupas e algumas características físicas. O então namorado, Erick Lima, foi um dos que demonstraram profundo abalo emocional pela morte de Nayara. Na época, Erick, com 24 anos, chegou a implorar de joelhos para ver o corpo da namorada no IML quando este foi encontrado.
Pelas redes sociais, Erick fazia inúmeras declarações de amor para Nayara. Após a sua morte, não era raro ver publicações de textos pedindo justiça no perfil do Facebook do rapaz.
O tempo todo, relata o responsável pelo caso, o jovem tentava desviar o foco da investigação, com o intuito de que a autoria não fosse descoberta. “Também fez escândalo e chorou no IML e no velório. Ele fez de tudo para dissimular o crime”, conta Caetano.