Foram presos nesta quarta-feira (14/5), outros dois suspeitos de envolvimento na morte da médica Gabriela Rebelo Cunha, de 44 anos, ex-diretora do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), no Distrito Federal. De acordo com informações da Polícia Civil do DF, os dois homens, sendo um cozinheiro e um desemprego, estão presos temporariamente.
No início do ano, Rafael Henrique Dutra da Silva, de 32 anos, que trabalhava como motorista e pessoa de confiança da cirurgiã geral, já havia sido preso por latrocínio e ocultação de cadáver. Gabriela desapareceu em outubro do ano passado; seus restos mortais foram encontrados no dia 28 de janeiro, em Brazlândia. Ela foi assassinada no dia 24 de outubro, mas o que chamou a atenção da polícia é que durante dois meses, antes de ser preso, o Rafael manteve contato com a família da médica de Brasília por WhatsApp, passando-se por ela.
Morte de médica em Brasília
No dia do crime, Rafael levou Gabriela ao HRT e em seguida até uma agência bancária em Sobradinho para que ela fizesse uma transferência bancária. Quando os dois estavam retornando para Taguatinga, ele parou o carro próximo a uma parada de ônibus, alegando que estava ouvindo um barulho na roda.
Nesse momento, segundo o acusado, um comparsa entrou no veículo, simulou um assalto e mandou-os ir para Brazlândia. Chegando em uma estrada de chão, a médica foi enforcada, e o corpo foi deixado no local. Em depoimento, Rafael confessou que pagou R$ 5 mil a um comparsa para que ele matasse a cirurgiã.
Semanas após o crime, Rafael fez saques bancários das contas de Gabriela, nas quais ele tinha as senhas, e ainda comprou um carro popular com o dinheiro dela. Com ele, os policiais encontraram os dois carros da médica e pertences furtados do apartamento de Gabriela.
O motorista foi indiciado por latrocínio e ocultação de cadáver. Foi ele quem apontou onde o corpo de Gabriela estava escondido. O crime foi solucionado pela Divisão de Repressão a Sequestros (DRS), que agora prendeu mais dois suspeitos de envolvimento no assassinato.
Motorista desviava dinheiro de contas de médica
Segundo as investigações, o motorista era a pessoa de confiança da médica e era ele quem pagava contas para ela, resolvia pendências em bancos e ainda atuava como corretor. Ele chegou a vender imóveis para ela, sendo um em Pirenópolis, região turística de Goiás, avaliado em R$ 70 mil. Foi apurado ainda que, por mês, Rafael desviava cerca de R$ 1,5 mil das contas de Gabriela. O prejuízo chega a R$ 200 mil.
O motorista confessou ter premeditado o crime juntamente com um homem identificado como Baiano, com intenção de ficar com os bens da médica. De acordo com a polícia, ambos teriam cumprido pena juntos no Centro de Internação e Reeducação (CIR), no Complexo Penitenciário da Papuda. O acusado de matar a médica já tem passagens por estelionato e tentativa de homicídio, quando ainda era menor.