Presta depoimento à Polícia Civil, na manhã desta quarta-feira (15/5), o empresário de Goiânia que comprou um Porsche, após o banco Safra S.A, depositar, por engano, R$ 18 milhões em sua conta. O veículo foi apreendido no dia 25 de abril. Guilherme Moreira, dono do Restaurante Bienna, localizado no Setor Marista, em Goiânia, é ouvido na 8º Distrito Policial, pelo delegado Kléber Toledo.
O erro no sistema da instituição financeira, que resultou no depósito de valores indevidos nas contas de vários correntistas, ocorreu no ano passado.
Após erro de banco, empresário de Goiânia compra carro de luxo
De acordo com a polícia, no dia 27 de dezembro o percebeu que havia sido creditada em sua conta mantida no Banco Safra S.A. a quantia de R$ 18.666.000,90. O proprietário do estabelecimento especializado em carnes e que integra a cena gastronômica do Setor Marista, então, teria se apropriado de parte do valor e, com o intuito de esconder a verdadeira origem do dinheiro, tentou transferências eletrônicas por meio de internet banking que juntas somam R$ 1.129.794,58 reais. As transferências foram realizadas para a conta do pai, para outra conta da empresa mantida em outra instituição financeira e para outras.
Entretanto, conforme os investigadores, as transações não foram concretizadas, pois foi feito o bloqueio das operações. Porém, Guilherme conseguiu fazer uma transferência no valor de R$ 280.000. Com o dinheiro, de acordo com a polícia, Guilherme teria comprado um Porsche modelo Boxster, 2.7, ano e modelo 2014, cor vermelha, veículo de luxo avaliado no mesmo valor da transferência.
De posse das informações, a Polícia Civil, por intermédio da 8ª Delegacia Distrital de Polícia de Goiânia, deflagrou a Operação Bienna, destinada ao cumprimento de Mandado de Busca e Apreensão, bem como o sequestro do Porsche comprado por Guilherme. O mandado de busca e apreensão foi cumprido em uma casa de luxo localizada no Condomínio Granville, em Goiânia, local onde Guilherme reside.
O que diz a defesa
Para a PC, a conduta de Guilherme configura os crimes de apropriação de coisa havida por erro e de lavagem de dinheiro. Nesses casos, as penas podem variar de três e 11 anos de prisão e multa. A polícia salienta-se que a operação foi denominada “Bienna” por dois fatores. Além de se tratar do nome fantasia do estabelecimento comercial do investigado, Bienna é uma cidade localizada na Suiça, país que, por várias décadas, esteve entre os maiores paraísos fiscais do mundo.
Procurada pelo Dia Online, a defesa de Guilherme Moreira negou que o empresário tenha comprado o Porsche com o dinheiro do banco, e diz que Operação Bienna “trata-se de um equívoco”. Leia a nota na íntegra:
O proprietário do restaurante esclarece que não houve apropriação indevida do valor apontado pelo banco. Tudo será esclarecido e comprovado tão logo seja oportunizado o direito de defesa na ação penal que, sequer, foi ajuizada. A operação policial trata-se de equívoco jurídico, e o problema se deu devido a um erro na prestação de serviço da instituição bancária que, além do depósito indevido, ao perceber a falha, também bloqueou todas as contas do empresário, o que impossibilitou a devolução imediata do valor que já havia sido retirado da conta para pagamentos diversos, inclusive para a quitação do carro citado, que já havia sido comprado. O empresário afirma que, após o desbloqueio das contas, tentou um acordo com o banco, que não foi concretizado devido a não concordância com as taxas de juros e multas. Com isso, a solução está sendo buscada na justiça, num processo aberto pelo próprio empresário.