Convocada pela reitoria da instituição, uma assembleia de estudantes, professores e trabalhadores técnico-administrativos da Universidade Federal de Goiás (UFG) foi realizada na tarde da última segunda-feira (13/5) no Câmpus Samambaia, em Goiânia, para discutir e protestar contra o bloqueio de 30% do orçamento da universidade decretado pelo Ministério da Educação (MEC). De acordo com o reitor, mais de 5 mil pessoas marcaram presença para debater e se inteirar sobre os cortes na UFG.
A reunião também contou com um abraço coletivo em volta do Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo do Freua Bufáiçal, um ato simbólico contra o bloqueio orçamentário imposto pelo MEC a todas as universidades e institutos federais do Brasil, incluindo a UFG. O bloqueio também aconteceu na Educação Básica: ao menos R$ 2,4 bilhões que estavam previstos para investimentos em programas da educação infantil ao ensino médio foram bloqueados.
Na assembleia, o reitor da UFG, Dr. Edward Madureira, apresentou argumentos sobre a extrema importância das universidades públicas no Brasil. De acordo com ele, 60% dos alunos da UFG são de família de baixa renda, fato que contraria o argumento do governo de que a universidade é “composta pela elite financeira”. Ainda conforme o reitor, o bloqueio no orçamento da UFG foi de R$ 32 milhões, sendo R$ 27 milhões de verba de custeio e R$ 5 milhÕes na de investimento.
Reitor diz que com cortes na UFG, universidade não dura até o final do ano letivo
O reitor Dr. Edward Madureira disse em entrevista concedida à CBN no início do mês que, com o corte de 30% no orçamento da instituição anunciado pelo Ministério da Educação, “não há possibilidade de administrar a universidade e chegar ao final do ano letivo”.
Conforme o reitor na ocasião, a universidade entrou o ano no vermelho, e o corte que chega tornará inviável que a UFG mantenha suas atividades. “Nós já entramos em 2019 com déficit e esse corte de 30% é absolutamente inadministrável. Não há possibilidade de administrar a universidade e chegar ao final do ano letivo com um corte deste monte”, afirmou.
Madureira ainda disse que vai tentar mostrar ao governo que o corte é inviável e afirmou também que, em 2018, a UFG produziu mais de quatro mil novos artigos científicos, que foram publicados nas mais importantes revistas do mundo.