Após participar de um encontro de procuradoras e promotoras de Justiça realizado em Goiânia na última sexta-feira (26/4), o governador Ronaldo Caiado (DEM) solicitou à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que marcou presença no encontro, um relatório com sugestões que possam ser aplicadas em seu governo em prol da igualdade de gênero e a ocupação da mulher em cargos de relevância.
No evento, a 3º Conferência Regional de Promotoras e Procuradoras de Justiça da Região Centro-Oeste, destacou-se a importância do papel das mulheres na sociedade e no comando do Ministério Público Brasileiro. O evento, promovido pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), é presidido Raquel Dodge e está percorrendo regiões do País para debater a representatividade feminina no MP.
Em discurso, Caiado afirmou que “acredita muito no trabalho da mulher” e ressaltou que conta hoje com seis mulheres no comando de pastas estratégicas do governo: OVG e Gabinete de Polícias Sociais (primeira-dama, Gracinha Caiado), Economia (Cristiane Schmidt), Educação (Fátima Gavioli), Comunicação (Valéria Torres), Meio Ambiente (Andréa Vulcanis) e Procuradoria-Geral do Estado (Juliana Diniz). O governador também afirmou que“ juridicamente, é pilotado pela minha filha”, que é advogada, Anna Vitória Caiado.
Ele solicitou à procuradora-geral da República um relatório com os resultados do encontro em Goiânia com sugestões que possam ser utilizadas em seu governo. “Queremos acrescentar ideias e propostas à nossa gestão e participar dessa mobilização”, afirmou.
Desde a CF, apenas 18% dos procuradores-gerais da República foram mulheres
Antes de Goiânia, a conferência passou por Manaus e Salvador. A intenção é ter uma visão mais clara da realidade de procuradoras e promotoras de Justiça nas respectivas regiões e, através de boas práticas, promover a equidade de gênero no Sistema Judiciário Brasileiro. Dados do último censo, de 2017, revelam que o Ministério Público Brasileiro conta com 5.219 membros do gênero feminino (40%) e 7.802 do masculino (60%). E, nas lideranças, esses números são ainda mais discrepantes. Desde a Constituição de 1988, 52 mulheres (18%) ocuparam cargos de procurador-geral, enquanto os homens somam 240 (82%).
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, explica que a conferência é importante para fazer um diagnóstico sobre as barreiras visíveis e invisíveis que atrapalham a ascensão das mulheres aos cargos de chefia, e para discutir pautas como equidade de gênero, violência doméstica e participação da mulher na vida pública.
“O objetivo deste evento é fortalecer o sistema de Justiça do Brasil, incluindo nele a participação feminina. O propósito do debate não é de confrontar nem de enfrentar, muito menos de excluir a participação masculina, mas de inserir a mulher de modo harmônico em todos os espaços em que queiram atuar, com igualdade e dignidade, para a construção de uma sociedade melhor, justa, livre e solidária”, ressaltou Dodge.
No evento que pautou igualdade de gênero, Caiado chamou a atenção para a necessidade de combate à violência contra a mulher
O governador Ronaldo Caiado, no evento, também ressaltou a necessidade de avançar em mais ações protetivas para as mulheres que convivem com a violência doméstica, que em vários casos culmina em feminicídio.
O democrata também informou no encontro que está em estudo pelo Governo de Goiás a criação de uma ala no Instituto Médico Legal (IML) para atendimento exclusivo ao sexo feminino. “Precisamos de um IML que seja mais humanizado. A mulher não se sente à vontade para ir lá. O ambiente, muitas vezes, a constrange. Queremos uma área específica para o atendimento da mulher, para que elas possam ser tratadas por médicas especializadas”, explicou.