A Polícia Civil, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap), cumpriu na manhã de terça-feira (23/4), cinco mandados de busca e apreensão em endereços de funcionários públicos suspeitos de participar de esquema de “venda” de vagas para cirurgias em hospitais públicos de Goiânia.
Foram apreendidos aparelhos celulares, documentos ligados às supostas fraudes, receituários médicos, atestados médicos e materiais hospitalares. De acordo com as investigações, entre os alvos estão duas irmãs, sendo uma atual e a outra ex-funcionária do Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (IdTech), órgão responsável pela denúncia e que gere o Hospital Geral de Goiânia (HGG), unidade onde foi registrada a maioria das fraudes.
Os investigados, que atuam na área da saúde, são suspeitos de receber valores em dinheiro para burlando a fila de espera para cirurgias nas unidades públicas de saúde da capital. Ação foi realizada pela segunda fase da Operação Otium.
“Venda” de vagas de cirurgia em Goiânia
Durante a primeira fase da Operação Otium, deflagrada no dia 12 de janeiro, um homem foi preso apontado como intermediador entre as pessoas que buscavam as cirurgias e os funcionários públicos envolvidos no esquema criminoso.
Eder Alves da Rocha é investigado por cobrar até R$ 2 mil reais para que os pacientes pagantes furassem a fila de cirurgia do Sistema Único de Saúde (SUS) e burlassem o tempo de espera regular para o procedimento médico. O valor poderia variar de acordo com tipo de procedimento cirúrgico. O homem responderá pelo crime de corrupção ativa, sem prejuízo de outros delitos eventualmente comprovados na fase final da investigação.
Até o momento, conforme o delegado Rhaniel Almeida, que coordenou a operação, os elementos já colhidos apontam que mais de 30 pessoas deverão ser indiciadas pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, peculato e inserção de dados falsos em sistemas de informações.