Em entrevista coletiva à imprensa na manhã desta quarta-feira (24/4), a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) disse que 24 detentos escaparam da Casa de Prisão Provisória em Aparecida de Goiânia na noite de terça durante rebelião.
Seis detentos, diz a DGAP, ficaram feridos e foram encaminhados ao Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO). Por volta das 10h, oito apenados, dos 24 que fugiram, haviam sido recapturados. No cerco a um grupo que teria trocado tiros com agentes, um morreu.
Um dos fugitivos, segundo a DGAP, é Thaygo Henrique Alves Santana, condenado a 63 anos de prisão por causa da chacina na Serra das Areias.
Segundo o Hugo, dois detentos já foram liberados e quatro estão na emergência.
Um preso havia escondido um revólver debaixo de uma bandeja para deter um dos seis agentes que trabalhava no plantão da ala com 400 detentos.
A fuga ocorreu após uma confusão generalizada entre os detentos do bloco 2. O presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema de Execução Penal (Sinsep), Maxsuell Miranda das Neves, informou ao Dia Online no início da da madrugada que pelo menos três presos ficaram feridos.
Ainda conforme Maxsuell, entre oito e dez detentos – alguns armados – renderam os agentes, ocasião em que conseguiram fugir da detenção.
“Nenhum agente ficou ferido”, garantiu ele. Após o motim, viaturas da Polícia Militar e do Serviço de Atendimento de Urgências (Samu) foram deslocados para buscar os fugitivos e atender os feridos, respectivamente.
Em nota enviada à imprensa, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) informou no início da madrugada que a unidade “está sob controle e que foram tomadas medidas necessária para garantir a segurança, a ordem e a disciplina no local”.
“Um caos”, diz funcionário sobre rebelião na CPP, em Aparecida de Goiânia
Um funcionário disse sob anonimato para a reportagem que a situação não mudou nada desde o início do ano passado, quando presos foram decapitados por membros de facção rival. “Trabalhamos sob stress, sem saber quando a cadeira vai virar [gíria para rebeliões]. Sabemos que vai virar e o Estado não vai conseguir controlar a sangria”, disse ele, que trabalha em uma das enfermarias.
Um agente, que estava de folga, mas acompanhou as informações em grupos, disse que a DGAP não aprendeu com o motim no dia 1° de janeiro de 2018 na Colônia Agroindustrial, que deixou nove mortos e 14 feridos. “A impressão que nós temos, de nós que estamos lá dentro, é que estamos abandonados”, apontou.
Nos grupos de motoristas de aplicativo, a instrução foi de que nenhum motorista aceitasse corridas em bairros próximos à Casa de Prisão Provisória e “muito menos ir até lá”.