O cirurgião plástico Wesley Murakami, que ficou famoso após ser denunciado por ter deformado o rosto de dezenas de pacientes em Goiás e no Distrito Federal, terá que indenizar em R$ 60 mil reais uma mulher que ficou com sequelas após o tratamento estético. A sentença contra o médico, preso e liberado pela Justiça, foi proferida pela 1ª Vara Cível da comarca de Aparecida de Goiânia.
Conforme a decisão do juiz Jonir Leal de Sousa, a mulher ficou com uma sequela no olho esquerdo, uma vez que o nervo óptico foi afetado após um procedimento estético realizado pelo médico. De acordo com os autos, a mulher passou por tratamento para amenizar olheiras, mas acabou ficando com produto alojado e precisou passar por outra operação corretiva. Cabe recurso.
O procedimento cirúrgico foi realizado no ano de 2012 e custou R$ 1.800 reais. Ainda conforme o juiz, ele foi realizado com a aplicação de polimetilmetacrilato (PMMA), um tipo de plástico líquido usado para preenchimento – é injetada sob a pele por meio de uma seringa.
Entretanto, dois anos depois, a paciente apresentou problemas e procurou outro médico, que constatou resquícios do produto no organismo e pontuou a necessidade de um novo procedimento para sua retirada. Ainda assim, a situação não foi completamente contornada.
O médico também terá de pagar à mulher mais R$ 2 mil, valor referente aos custos dela com os procedimentos posteriores. Por fim, Sousa afirmou que outros casos já foram amplamente divulgados “diversos outros casos de procedimentos malsucedidos realizados pelo requerido”.
Wesley Murakami chegou a ser preso mas foi solto
O médico Wesley Murakami, acusado de deformar o rosto de seus pacientes durante procedimentos estéticos, foi preso em dezembro de 2018 mas foi solto em janeiro de 2019 pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). O cirurgião havia sido preso temporariamente, quando acabou detido em operação promovida pela corporação nas clínicas que possui no estado de Goiás.
De acordo com a Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf), Murakami foi preso para a coleta de provas nas clínicas e residências do médico e também para evitar a destruição das provas ou intimidação das vítimas.
Murakami teve o registro cassado pelo Conselho Regional de Medicina do DF e não pode mais exercer a função. Em caso de descumprimento da decisão, outro pedido de prisão poderá ser feito pela Justiça.
“A prisão do médico também visou identificar novas vítimas no DF”, declarou em nota a PCDF. Ele foi solto no dia 17/1.