O juiz da 11ª Vara Federal de Goiás, Rafael Ângelo Slomp, acatou os pedidos da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) e determinou que os bens apreendidos durante a Operação Confraria sejam leiloados.
Na operação que terminou com a prisão do ex-presidente da antiga Agência Goiana de Obras e Transportes (Agetop) Jayme Rincón e do ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), Júlio Vaz, foi feito o sequestro de 23 veículos e 17 imóveis que foram atribuídos a ambos os presos.
Conforme a decisão do magistrado, três veículos apreendidos durante a ação da PF, vão ser usados provisoriamente pela Delegacia de Combate a Corrupção de Crimes Financeiros da PF, em Goiás.
Segundo a publicação do O Popular um dos veículos de propriedade de Júlio Vaz, uma caminhonete do modelo Toyota/Hilux, estava no nome do ex-servidor da Codego, Márcio Gomes, outra caminhonete do modelo Nissan Frontier e outro veículo do modelo Honda City no nome da esposa dele, Meire Cristina Rodrigues que é ex-servidora da Codego.
Ex-presidentes da Agetop e da Codego foram presos durante a Operação Confraria
A ação da PF foi deflagrada na manhã do dia 6 de dezembro do ano passado e terminou com a prisão de Jayme Rincón, Júlio Vaz e da ex-servidora da Codego Meire Cristina. A operação que é um desdobramento da Cash Delivery deflagrada em outubro de 2018, investiga o esquema de pagamento de propina, lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
Durante a ação da polícia foi determinado o sequestro de imóveis em nome dos investigados nas cidades de Goiânia, Caldas Novas, Aruanã, Brasília e Búzios no Rio de Janeiro, pela 11ª Vara da Justiça Federal de Goiânia. Segundo o delegado da PF, Charles Gonçalves sobre a cessão dos veículos e o leilão antecipado dos bens, ele afirma que os bens estão diretamente ligados à conduta criminosa dos investigados e por isso a ação é necessária para evitar a desvalorização dos bens sequestrados.
Por sua vez o procurador Hélio Telho manifestou-se contra à cessão dos veículos e defendeu que todos devem ir a leilão. Ao proferir a decisão, o juiz afirmou que ao ceder os carros para a Polícia Judiciária vai auxiliar na melhora de condições para o combate ao crime organizado e vai evitar a desvalorização dos veículos no mercado automobilístico.
Por fim o magistrado determinou que o valor arrecadado com o leilão dos bens dos investigados seja depositado em uma conta judicial remunerada, para preservar interesses futuros. A defesa de Jayme Rincón e de Júlio Vaz afirmou que já entrou com recurso de apelação e que tem efeito suspensivo.
Ao entrar com o recurso a defesa dos investigados questiona “A investigação está em andamento, não existe nenhum acusação formal e querem sequestrar bens? Se existe elementos suficientes, por que não oferecem a denúncia?”. A defesa de Márcio e Meire não se manifestou sobre o assunto até o momento.