A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que vai investigar as irregularidades envolvendo a Secretária Municipal de Assistência Social (SEMAS), foi instalada nesta quarta-feira (10/4) na Câmara Municipal de Goiânia. Entre os principais objetos de investigação da comissão estão as fraudes no programa Bolsa Família do Governo Federal, descobertas no fim do ano passado após uma operação da Polícia Federal (PF) feita na SEMAS.
O vereador Felizberto Tavares (PR) vai presidir a CEI que tem como relator Anselmo Pereira (PSDB). Os outros membros da comissão são os vereadores Sargento Novandir (Podemos), Alfredo Bambu (PRP), Paulinho Graus (PDT), Priscila Tejota (PSD) e Izídio Alves (PR).
Felizberto Tavares foi responsável por protocolar o requerimento para criação da comissão ainda no ano passado. Mesmo com o documento aprovado para instalação da CEI no dia 28 de novembro de 2018, a comissão só pôde ser instalada agora, pois na Casa existiam outras três comissões em funcionamento, e o regulamento interno da Câmara não permite mais do que três comissões em andamento.
“Nós vamos investigar várias denúncias que chegaram até nós, entre elas uma que foi destaque nos jornais, até mesmo com prisões de funcionários da Secretária devido o desvio dos recursos no programa Bolsa Família”, explica o parlamentar.
Conforme o vereador outra irregularidades além da encontrada para o cadastro no programa Bolsa Família também vão ser investigadas pela CEI.
PF afirma que fraudes no programa Bolsa Família em Goiânia podem ultrapassar a casa dos milhões
A Operação da Polícia Federal (PF) que investiga as irregularidades no programa federal foi deflagrada na manhã do dia 27 de novembro do ano passado, e durante a ação foram encontradas mais de 200 carteira de identidades falsificadas e vários cartões do programa.
Durante a operação, um suspeito de participar da fraude confessou que os documentos eram falsos e que conseguiu sacar alguns recursos do benefício. A apresentação do material foi feita pelo delegado da PF, James Soliz, durante uma entrevista coletiva após a operação.
O delegado na ocasião afirmou que na casa do fraudador a polícia encontrou a foto de uma pessoa em mais de 30 RGs e que o suspeito oferecia uma ajuda com pagamento de parte do programa e ficava com o restante.
O secretário de assistência de Goiânia, Robson Azevedo, participou da coletiva, e afirmou que as fraudes podem ultrapassar a casa de R$ 1 bilhão de reais, mas na capital o dano causado aos cofres pode passar da casa dos milhões.