O vereador João Rosa Leal (PSDB), da Câmara Municipal de Jataí, protocolou na tarde da última quinta-feira (4/4) seu pedido de renúncia do mandato. O pedido veio depois que o promotor de Justiça do Ministério Público de Goiás (MP-GO), João Biffe Júnior, pediu seu afastamento por improbidade administrativa, uma vez que o vereador de Jataí (agora ex) teria enriquecido ilicitamente num esquema em que cobrava parte do salário de servidores da Câmara de Jataí. Na carta de renúncia, entretanto, João Rosa alegou “motivos pessoais”.
Em carta protocolada na tarde de ontem, o tucano João Rosa comunica “a renúncia expressa ao mandato de vereador” e “em caráter irrevogável e irretratável com efeitos imediatos”. Ele ainda diz na carta que “as razões que levaram a esta decisão são de cunho estritamente pessoal”.
Apesar da alegação do tucano, tudo leva a crer que o motivo de sua renúncia foi outro. Na tarde de quarta-feira (3/4), o promotor João Biffe anunciou o pedido de afastamento do vereador João Rosa. A causa são investigações apontando improbidade administrativa através de enriquecimento ilícito. Segundo o Promotor, investigações comprovaram que o vereador, desde 2012, tem cobrado vantagens indevidas de seus assessores. E também que as práticas continuaram ocorrendo até o mês de março deste ano.
Com a saída de João Rosa, o primeiro suplente da coligação da qual o PSDB fez parte nas eleições de 2016, o pastor Luiz Carlos Cabral dos Anjos, vai reassumir o cargo de vereador.
O esquema do vereador de Jataí
Com o avanço das investigações, o titular da 4ª Promotoria de Justiça de Jataí João Biffe, apurou a partir de depoimentos de uma ex-servidora e três atuais funcionários do gabinete do vereador João Rosa Leal, que ele, há anos, solicita parte de suas remunerações, ameaçando exonerar aqueles que não aceitassem os repasses.
Segundo os depoentes, o vereador afirma que o dinheiro seria usado para ajudar eleitores que procuram o gabinete em busca de tratamento de saúde. Estima-se que, desde 2012, sem considerar décimo terceiro salários, férias e correção, o vereador tenha obtido um enriquecimento ilícito de R$ 332.500,00.
De acordo com o MP-GO, o promotor ainda espera obter mais provas a respeito do caso, razão pela qual instaurou um outro inquérito civil com a finalidade de apurar solicitação de repasses no gabinete de João Rosa e melhor instruir a respectiva ação por ato de improbidade que será proposta.
Daí a razão dos pedidos feitos na cautelar (que pediu o afastamento do vereador antes de ele renunciar), uma vez que sua permanência no cargo pode prejudicar “a completa elucidação dos fatos, especialmente pela relação de subordinação hierárquica entre ele e as principais testemunhas do caso”.
A reportagem do Dia Online segue tentando contato com João Rosa.