O empresário Carlos Augusto de Oliveira Ramos, o Carlinhos Cachoeira, deixou de ser monitorado por tornozeleira eletrônica, na tarde de quinta-feira (4/4). Segundo informações da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) de Goiás, o contraventor deve cumprir medidas cautelares, como não sair de casa entre 20h e 5h todos os dias e não se mudar sem avisar previamente à Justiça. A decisão foi da juíza Telma Aparecida Alves Marques.
Cachoeira deve também atender com rapidez e boa vontade todas as intimações judiciais e das autoridades; não frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos semelhantes; receber visita dos agentes que eventualmente fiscalizarão o cumprimento de sua reprimenda; não portar arma de qualquer espécie; não praticar infração penal; não ingerir bebida alcoólica nem consumir drogas ilícitas.
Com a decisão, o contraventor pode transitar entre as seguintes cidades goianas: Aparecida de Goiânia, Abadia de Goiás, Aragoiânia, Bela Vista de Goiás, Bonfinópolis, Brazabrantes, Campestre de Goiás, Caldazinha, Goianira, Goianápolis, Guapó, Nerópolis, Senador Canedo, Santo Antônio de Goiás, Trindade e Terezópolis de Goiás.
Carlinhos Cachoeira e a saga da tornozeleira eletrônica
Em agosto do ano passado, o bicheiro havia deixado de usar o equipamento por decisão do juiz substituto Levine Raja Gabaglia Artiaga, da 3ª Vara de Execuções Penais de Goiânia, que permitiu ainda que Carlinhos Cachoeira, que estava em prisão domiciliar, viajasse a trabalho por até três dias para qualquer lugar do Brasil, e até viagens de lazer, caso fossem autorizadas com antecedência.
No dia 3 de outubro de 2018, a Justiça determinou que ele voltasse a ser monitorado. Na decisão, o juiz Oscar de Oliveira Sá Neto, da 3ª Vara de Execução Penal, pontuou que Cachoeira deveria exercer as atividades referentes ao trabalho apenas em Goiânia e Aparecida de Goiânia. Fora do horário de expediente, ele deveria estar em casa, assim como aos sábados, domingos e feriados, além de cumprir outras regras do regime semiaberto.
Bicheiro cumpre pena por fraude
O bicheiro Carlinhos Cachoeira foi condenado por fraudes na Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj). A condenação está relacionada com o caso que foi investigado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, em 2004, que apurou o uso de casas de bingo para lavagem de dinheiro.
No dia 23 de maio de 2018, a 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu a pena de Carlinhos Cachoeira, de seis anos e oito meses para quatro anos. Já no dia 7 de junho, Carlos Augusto Ramos foi transferido para a Colônia Agroindustrial de Regime Semiaberto, em Aparecida de Goiânia.
Cachoeira assumiu o cargo de consultor comercial, na empresa Villifarm Hospitalar, com carga horária mínima de oito horas por dia, entrando às 8h e saindo às 18h, com intervalo para almoço. A sede da Villifarm fica no Polo Empresarial de Aparecida de Goiânia e atende hospitais privados, farmácias e UTI’s.