Cinco anos de vida do meninozinho Diogo Soares Carmo foram resumidos em um vídeo de 1 minuto e 19 segundos. Foi a forma que a família encontrou para dizer o quanto Diogo preencheu os minutos, as horas, os dias, os meses e os anos do menino que morreu à espera de um leito no Hospital Materno Infantil, em Goiânia, na tarde de quinta-feira (29/3).
Utilizaram como trilha sonora um dos clássicos da música erudita. O som é do pianista coreano Yiruma, que toca River Flows In You, traduzido, significa: Rio flui em você.
Deve fluir mesmo a história de um menino com a vida encurtada, mesmo assim tão significativa que dói apenas tentar entender a dor do papai e da mamãe.
Na primeira fotografia o pai segura Diogo enrolado em um macacãozinho amarelo. Aquele com etiquena RN, de Recém-Nascido.
Depois vêm fotografias do bebê vestido em bodies, culotes, casaquinhos, meias, gorros, pagãozinhos e sapatinhos. De todas as cores. “Mamãe passou açúcar em mim”, diz o texto em uma roupinha.
Mais crescidinho, Diogo sorri. Sorri muito. Gargalha. A vida de Diogo foi sorrir. E sorrindo, Diogo fazia todo mundo sorrir. Todo mundo que sorria agora chora despedindo-se dele dentro de um caixãozinho branco.
O vídeo mostra os dentes de Diogo crescendo, mas mantendo o rosto angelical. Diogo brinca em cima de uma motoquinha e, claro, sorri muito. Sorri muitíssimo.
É a memória de uma criança que não vai mais voltar para casa com vida desde que foi deixado à espera de um leito, com dores. É um pouquinho de Diogo.
Veja vídeo:
Corpo de menino que morreu à espera de atendimento é velado em Goiânia
O corpo de Diego está sendo velado desde a manhã desta sexta-feira (29/3) no Jardim Guanabara I, em Goiânia. Diogo morreu na tarde de ontem (29) aguardando um leito no Hospital Materno Infantil.
O corpo de Diogo, que tinha Síndrome de Down, deve ser sepultado às 15 horas no Cemitério Jardim da Saudade.
A história do menino repercutiu nas redes sociais por causa de um vídeo em que ele aparece aguardando, no colo da mãe, em um dos corredores do hospital, como você pode ler aqui.
Gritos de desespero após os últimos suspiros do filho de cinco anos fizeram até funcionários e funcionárias do Hospital ir às lágrimas.
Faltavam cinco minutos para as 14h quando o coraçãozinho do menino parou de bater.
Segundo nota do hospital, o menino e a mãe chegaram à unidade às 3h da madrugada do dia 28 de março (quinta-feira).