As deficiências e o mau atendimento da Enel têm trazido grandes prejuízos para comércio de Catalão, no sudeste, uma das mais produtivas e pujantes cidades do estado. Quem denuncia é Geraldo Vieira Rocha Júnior, Diretor de Relações Fiscais e Tributárias do Sindicato do Comércio Varejista de Catalão (Sindilojas Catalão) e membro da diretoria da Fecomércio/GO.
Segundo ele, a empresa, que atua há dois anos em Goiás, não só não resolve as demandas de distribuição de energia, como também dificulta que os consumidores façam reclamações do serviço.“Nosso gargalo, hoje, é a energia. Quem precisa da energia para manter o seu negócio está sofrendo muito. Várias ações estão sendo empatadas por causa dessa administração da Enel”, afirma.
“A Enel fez a gente sentir saudade da Celg. Porque a Celg tinha os seus defeitos, mas você podia falar com pessoas. Hoje, os canais de comunicação são horríveis: você fala só com máquinas, ou por email, por canais digitais. Não tem ninguém responsável pela empresa na nossa região”, relata Geraldo, que é empresário do setor imobiliário e pecuarista.
A empresa não estaria, por exemplo, atendendo a demanda de ligações solicitadas pelas empresas e indústrias, em processos que requeiram um pouco mais de energia. “Aí restam duas opções: ou você faz o investimento, tira do bolso, e depois vê como vai receber isso depois, ou aguarda muito tempo para ver o serviço executado”, lamenta o diretor.
Presidente da Federação tem acertado ao elevar o tom das críticas a Enel, afirma diretor do Sindilojas de Catalão
“O investimento é muito pesado e complicado”, define. Geraldo relata que há também uma dificuldade muito grande de liberação de carga para pivôs de irrigação e outros equipamentos. “Alguns produtores estão querendo fazer investimentos pesados em silos, secagem de feijão, de soja, e tem dificuldade porque isso também precisa de liberação de carga”, exemplifica.
“Produtores estão abandonando a produção de leite porque não têm como estocar o produto”, também aponta, citando que o problema é mais grave para os pequenos produtores, que tem amargado constantes perdas de produto. Geraldo conta que, em sua propriedade rural, chegou a ficar oito dias sem energia.
“É um desrespeito da empresa, um descaso”, disse. “O retorno para o cidadão não chega, mas os preços das tarifas estão sendo reajustados”, aponta. Liderança Para Geraldo Vieira, o presidente do sistema Federação do Comércio/Sesc/Senac-GO, Marcelo Baiocchi, tem acertado ao elevar o tom de críticas contra a má prestação de serviços pela distribuidora de energia. “Estamos satisfeitos com a postura dele. A gente passou a ter uma voz”, assinalou.