O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Goiás (MP-GO), deflagrou na manhã desta terça-feira (26/2) uma operação que apura crimes de falsidade (ideológica e material), uso de documentos falsos e lavagem de dinheiro na comercialização de grãos, praticados sob o comando de um grupo de pessoas da mesma família. Segundo o MP-GO, estão sendo cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão em Rio Verde, Cristalina e Senador Canedo.
A ação, que está sendo executada em conjunto com outro órgãos, foi batizada de Operação Gran Família. Nela, de acordo com o MP-GO, estão sendo cumpridos 13 mandados de prisão temporária e 17 de busca e apreensão nos estados de Goiás, Mato Grosso e São Paulo. Conforme informações do MP-GO, a operação, que é acompanhada por integrantes do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), e a investigação está sendo realizada pelo Núcleo Regional do Entorno do Distrito Federal (Luziânia) do Gaeco.
O MP-GO informou que a operação apura crimes de falsidade ideológica e material, assim como o uso de documentos falsos e lavagem de dinheiro para a comercialização de grãos, praticados sob o comando de um grupo de pessoas da mesma família que residem em Rio Verde e Cristalina.
Em Goiás, estão sendo cumpridos simultaneamente cinco mandados de prisão em Rio Verde, quatro em Cristalina e um em Senador Canedo, e mais de 50 policiais civis participam da operação. Também estão sendo cumpridos dois em Mato Grosso e um em São Paulo. Foi determinado também o bloqueio bens dos envolvidos no valor de R$ 35 milhões.
Além de lavagem de dinheiro, membros da mesma família praticavam outros crimes, constatou operação
Conforme informações do MP-GO, o grupo criminoso se valia de empresas de fachada constituídas em outros estados para comercializar grãos produzidos em Goiás burlando a fiscalização tributária.
A mercadoria produzida em Goiás era adquirida por membros do grupo sem nota fiscal do produtor e remetida para outros estados com notas fiscais das empresas de fachada, o que fomentava concorrência desleal em relação aos produtores que atuam de forma legal.
Uma das empresas operadas pelo grupo, localizada no Mato Grosso, movimentou mais de R$ 100 milhões de reais entre os anos de 2013 e 2014, valores que foram remetidos para produtores goianos e para membros do grupo criminoso. A movimentação relacionada a essa empresa ensejou a autuação pela Secretaria da Fazenda de Goiás (Sefaz) de membros do grupo na ordem de R$ 35 milhões.
A Operação está sendo realizada em conjunto com o Gaeco Central, pelos Gaecos do Mato Grosso e de Campinas (SP), pelo Centro de Inteligência do Ministério Público de Goiás, Polícia Civil e Sefaz. Delegados e agentes da Polícia Civil de Goiás, juntamente com agentes fazendários, cumprem os mandados no estado em apoio a membros do Ministério Público.