A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, vem a Goiânia no próximo dia 21 para conversar com promotores sobre o caso João de Deus. A informação foi divulgada pela jornalista e colunista da Folha de S. Paulo, Mônica Bergamo.
O Dia Online entrou em contato com o Ministério Público de Goiás (MP-GO), órgão responsável pela força-tarefa que recebeu as denúncias de abuso sexual feitas contra o médium, e foi informado de que a visita da ministra está programada para tal data.
A reportagem tenta contato com a assessoria da ministra Damares Alves.
Damares Alves falará com promotoria sobre caso João de Deus
O médium João Teixeira de Faria, de 76 anos, conhecido como João de Deus, está preso desde o dia 16 de dezembro, quando se entregou à polícia em Abadiânia, interior de Goiás. Ele, que habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), continua preso no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana da capital.
João de Deus foi denunciado por centenas de mulheres, que alegam ter sido abusadas durante sessões espirituais no Centro Dom Inácio Loyola, em Abadiânia. Segundo a Promotoria responsável pelo caso, à época, João de Deus oferecia “atendimentos particulares” a mulheres após os tratamentos, momento em que os abusos eram cometidos.
As acusações vieram de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pará, Santa Catarina, Piauí e Maranhão, e pelo menos seis países – Alemanha, Austrália, Bélgica, Bolívia, Estados Unidos e Suíça.
Polícia Civil encerra caso João de Deus
No dia 10 de janeiro, durante coletiva de imprensa na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC), a delegada Karla Fernandes comunicou que a força-tarefa montada pela Polícia Civil para investigar os crimes cometidos pelo médium João de Deus encerrou, oficialmente, todos os seus procedimentos.
De acordo com a investigadora, dos sete inquéritos abertos, João de Deus foi indiciado por quatro. O restante dos inquéritos conclusos foi remetido com relatório para arquivamento. A delegada informou também que todos os procedimentos que estavam em andamento na Polícia Civil de Goiás estão sendo, agora, encaminhados ao Poder Judiciário. Entretanto, segundo ela, o médium só foi indiciado em quatro: dois por abuso sexual e dois por porte ilegal de arma de fogo.
Ela disse ainda que a esposa do médium, Ana Keila, também foi indiciada por porte ilegal de arma de fogo, uma vez que ela residia com João de Deus na mesma residência e tinha conhecimento das armas, que ficavam guardadas em sua gaveta de calcinhas.