Técnicos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estarão em Goiânia, nesta quinta-feira (14/2), para avaliar o serviço prestado pela Enel Distribuição Goiás, antiga Central de Energia Elétrica do Estado de Goiás (CELG D). A solicitação foi feita pelo governador Ronaldo Caiado (DEM), após denúncia de ‘apagão’. Em reunião com representantes, Caiado afirmou que o “Estado está com desenvolvimento comprometido por falta de investimentos no setor enérgico.”
Para o governador, o setor de energia em Goiás passa por uma situação calamitosa depois da privatização. “A Enel levou o Estado de Goiás a um total apagão. Não estão atendendo a demanda da parte urbana, rural e industrial. Quem quer seja está diariamente penalizado pela péssima qualidade na distribuição da energia, bem como pela falta dela”, declarou.
Ainda de acordo com Caiado, a precária situação no setor de energia elétrica tem comprometido o crescimento econômico do Estado, uma vez que a transferência da Celg para Enel resultou em endividamento para os goianos. “Hoje, mais de um quarto da dívida de Goiás é provocada pela transferência da Celg, já que as dívidas da antiga estatal, de cerca de R$ 5,6 bilhões, foram transferidas para Goiás”, afirmou.
Perdas e protesto contra a Enel Goiás
Durante reunião com o presidente do BNDES, Joaquim Levy, representantes dos ministérios da Economia, Minas e Energia, e com a secretária da Economia, Cristiane Schmidt, o governador ressaltou ainda que algumas cidades goianas estão há três dias sem fornecimento de energia.
“Tem produtor de leite perdendo o produto; mercearias no interior que não têm condições de comprar um gerador e perdem todas as mercadorias; medicamentos que precisam de refrigeração, como a de vacinas, tudo isso perdendo”, destacou Caiado.
Nesta sexta-feira (15/2), às 10h, produtores rurais irão se reunir para um protesto pacífico em frente a sede da Enel, em Iporá. A iniciativa é do Sindicato Rural de Iporá, Diorama e Israelândia, cidades do interior de Goiás. De acordo com Adailton Leite, presidente do Sindicato Rural, a manifestação ocorre devido ao descontentamento com os serviços prestados pela companhia, principalmente com os prejuízos na produção de leite e com sistema de resfriamento.