A Polícia Civil, através da Delegacia Estadual de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (DERCAP), prendeu preventivamente na última terça-feira (12/1) um homem acusado de vender vagas para cirurgias em hospitais públicos de Goiás. O suspeito cobrava até R$ 2 mil reais para que os pacientes pagantes furassem a fila de cirurgia do SUS e burlassem o tempo de espera regular para o procedimento médico.
De acordo com informações da DERCAP, que ainda vai apresentar o caso, Eder Alves da Rocha foi alvo de um mandado de prisão preventiva ontem, depois das investigações terem apontado para o esquema dele.
Ainda segundo a Polícia Civil, Eder é suspeito de cobrar valores para que pacientes fossem atendidos sem ter que aguardar a regular ordem de espera. Os atendimentos, feitos com intermédio dele, visavam principalmente a realização de cirurgias em tais pacientes, eletivas ou de emergência, burlando a fila de espera em hospitais públicos do estado de Goiás. As cirurgias eram feitas no Sistema Único de Saúde, o SUS.
De acordo com as investigações, os valores cobrados por Eder variavam de R$ 1.200 a R$ 2 mil, a depender da intervenção cirúrgica. Conforme a Polícia Civil, as investigações continuam para a identificação de agentes públicos e outros particulares envolvidos no esquema.
O investigado responderá pelo crime de corrupção ativa, sem prejuízo de outros delitos eventualmente comprovados na fase final da investigação.
Detalhes do caso, bem como imagens obtidas no decorrer das diligências, serão apresentadas nesta quarta-feira (13), pelos delegados responsáveis, Webert Leonardo e Rhaniel Almeida.
Vereadores de Caldas Novas já foram acusados de beneficiar pacientes e furar fila de cirurgia do SUS
Em 2016, uma denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO) apontou que vereadores de Caldas Novas, no sul do estado, fraudavam a fila de espera para consultas e exames no SUS. Uma planilha apreendida pelo órgão na época mostrou que alguns políticos eram responsáveis por mais de 200 encaminhamentos.
Segundo o MP-GO, participaram do esquema 14 dos 15 vereadores da cidade, além do ex-vice-prefeito da época, Marquinho do Privê (PSDB). Ao todo, eles foram acusados de fraudar 2.442 encaminhamentos na rede pública de saúde entre 2013 e 2015. Dois políticos chegaram a ser responsáveis por 215 encaminhamentos, cada um, segundo uma planilha recolhida durante as investigações.