O pedido de habeas corpus do médium João Teixeira, de 76 anos, conhecido como João de Deus, por posse ilegal de arma de fogo, foi negado nesta terça-feira (12/2) após julgamento na 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).
No dia 27 de dezembro de 2018, o juiz Wilson Safatle Faiad concedeu prisão domiciliar ao médium pelo crime de posse de arma de fogo, encontradas nas residências do médium durante as investigações sobre os casos de abusos sexuais. Na ocasião, o magistrado determinou que João de Deus fosse monitorado por tornozeleira eletrônica.
O relator do julgamento foi o desembargador Edison Miguel, que votou para derrubar a liminar concedida por Faiad. Na decisão o relator do julgamento afirmou que ficou demonstrada a gravidade do crime pelo grande número de armas encontradas nas casas em nome do médium.
Além do relator do processo que conduziu o julgamento do pedido de Liberdade em favor de João Teixeira, os outros quatro desembargadores votaram a favor de derrubar a liminar concedida no último dia 27 de dezembro de 2018.
Caso João de Deus
No dia 7 de dezembro de 2018 uma reportagem exibida pelo programa Conversa com Bial da Rede Globo de Televisão, trouxe a tona as primeiras denúncias contra o médium João de Deus. Após a veiculação da matéria, duas forças tarefas foram criadas em Goiás, uma pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) e outra pela Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO).
Com as duas forças-tarefas criadas no Estado, o médium foi preso apenas no domingo 16 de dezembro de 2018, quando se entregou a polícia. Desde então João Teixeira continua preso no Núcleo do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.
Durante as investigações a polícia encontrou diversas armas nas residências pertencentes a João Teixeira. Além do pedido de prisão pelos crimes de abuso sexual mediante fraude durante os atendimentos, um outro pedido de prisão foi expedido contra o médium pelo posse ilegal de armas. No dia 27 de dezembro do ano passado, a defesa conseguiu por meio de liminar que João Teixeira fosse transferido para prisão domiciliar, mas a decisão foi derrubada nesta terça-feira.
O médium mesmo que tivesse o habeas corpus concedido nesta tarde não poderia ser liberado, em virtude dos pedidos de prisão em desfavor dele pelos crimes de abusos sexuais contra as pacientes.
João de Deus é réu em três ações do MP-GO
Após os levantamentos o MPGO ofereceu três denúncias contra João de Deus. Todas as acusações contra o médium foram pelos crimes de estupro de vulnerável e abuso sexual mediante fraude. Na última denúncia, além do médium, o filho e a esposa de João de Deus também foram denunciados pelo MPGO.