A Justiça acaba de decretar o bloqueio de mais de R$ 700 mil em bens de um ex-servidor da Companhia de Urbanização de Goiânia, a Comurg, por seu envolvimento em fraude que desviava recursos públicos do órgão. Ricardo Ribeiro Gonçalves, ex-assessor de Tecnologia e Gestão Integrada da Comurg, foi exonerado por justa causa em março de 2018, em razão da prática de atos de improbidade administrativa
O bloqueio dos bens veio depois que a juíza Nathália Arantes da Costa acolheu pedido do Ministério Público de Goiás (MP-GO). A magistrada decretou o bloqueio de R$ 728.299,34, por dano ao erário, mais R$ 2.184.898,02, por dano moral, dos bens de envolvidos em fraude no pagamento de taxas da Comurg, ocorrida entre 2016 e 2018.
Além de Ricardo Ribeiro, ex-assessor de Tecnologia do órgão, as determinações da liminar recaem sobre mais seis empresas. São elas: América Cleaning e Ambiental; Brasloc; DM Conteineres; Strato Transportes; Suriel Ambiental e Tele-entulho. A ação foi proposta pelo promotor de Justiça Fernando Krebs, no início de janeiro deste ano, acusando o ex-servidor de ter emitido guias falsas de recolhimento de taxas para descarte de resíduos sólidos no aterro sanitário de Goiânia.
Como funcionava o esquema do ex-assessor da Comurg que desviava dinheiro do órgão
À assessoria do MP-GO, o promotor Krebs relata que Ricardo Ribeiro era o responsável pelo gerenciamento do sistema Gestor Online, programa usado para dar “baixa” em boletos bancários de taxas de descarte. Por meio do esquema fraudulento, Ricardo cancelava as guias no sistema da Comurg, sem que as empresas tivessem quitado os valores em aberto, desviando, assim, os recursos públicos em proveito próprio.
Segundo as apurações do MP, o dinheiro desviado dos cofres públicos, até meados de abril de 2017, é de cerca de R$ 728.299,34.
Ainda segundo o promotor, dentro da própria Comurg, no final de 2016, alguns servidores da área detectaram irregularidades ao constatarem a baixa de guias sem o devido pagamento. Devido às suspeitas, foi instaurado um processo de auditagem no âmbito da companhia para apurar as divergências e as possíveis ineficiências do sistema Gestor Online. Em decorrência das investigações, em março de 2018, Ricardo Ribeiro foi exonerado por justa causa, em razão da prática de atos de improbidade administrativa.
A reportagem do Dia Online entrou em contato com a assessoria da Comurg, que prometeu se manifestar sobre o caso assim que tiver levantado as informações necessárias.
A defesa de Ricardo Ribeiro não foi localizada.