Um dos filhos do médium João de Deus, Sandro Teixeira de Oliveira foi preso na manhã deste sábado (2/2) no município de Anápolis, região metropolitana de Goiânia. O prisão veio depois que a Justiça acatou uma denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO), em que consta que Sandro, filho de João de Deus, estaria coagindo testemunhas em favor de seu pai, preso desde o ano passado.
O MP-GO alegou coação no curso do processo e corrupção ativa contra Sandro Teixeira, e o pedido de prisão foi cumprido nesta manhã. No mesmo processo, seu pai, João de Deus, preso desde dezembro acusado de crimes sexuais, também responde pelo crime. João de Deus nega as acusações desde que elas vieram à tona.
Sandro foi denunciado no dia 24 de janeiro no caso envolvendo uma testemunha, em 2016. Na época, segundo o promotor Augusto César de Souza, um dia após o registro do crime, o médium já tinha conhecimento do boletim de ocorrência e tentou, junto com o filho, “comprar” a testemunha em questão.
Filho de João de Deus e o médium teriam oferecido pedras preciosas para tentar comprar a testemunha
O promotor responsável pela denúncia que resultou na prisão de Sandro Teixeira conta que ele e João de Deus, seu pai, foram até a cidade da vítima, no norte do estado, e ofereceram a uma das testemunhas que acompanhou a vítima pedras preciosas que valiam R$ 15 mil para que fosse retirado o registro da ocorrência.
O MP-GO pediu as seguintes medidas cautelares para o Sandro: não sair de Anápolis, onde mora; não se aproximar das vítimas; e comparecer ao juiz mensalmente.
João de Deus já foi acusado de tráfico e tortura
A famoso médium João de Deus, imerso em denúncias de abuso sexual e preso em dezembro do ano passado, tem um passado mais sombrio do que se imaginava. Documentos trazidos à tona pela revista Veja no dia 21/12 mostram que João Teixeira de Faria, hoje João de Deus mas já chamado de “João Curador”, já foi acusado dos crimes de tráficos de drogas e tortura, em Goiás.
De acordo com os documentos, no ano de 1985 João de Deus foi pego transportando uma carga de minério que seria contrabandeada para o exterior. Ele chegou a ser preso e, à época, o médium confessou o crime à Polícia Federal (PF) e afirmou que, caso o roubo tivesse dado certo, ele teria lucrado ao equivalente a R$ 3,5 milhões de reais.
Depois de 11 anos, conforme revela a Veja, ele foi alvo de investigações e acusações ainda mais graves. No ano de 1996, três homens foram presos e acusados de portar drogas, brigar com um segurança e furtar a bolsa de uma mulher atendida na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia.
Depois de concluso o inquérito, apenas um dos suspeitos por furto foi condenado. O caso, porém, voltou-se contra o médium, já que o juiz do caso detectou falhas de procedimento e concluiu que as acusações eram “manobras policiais coordenadas por João de Deus”.