Rafael Henrique Dutra da Silva, de 32 anos, assassino confesso da médica e ex-diretora do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), Gabriela Rebelo Cunha, 44 anos, vendeu ao menos dois imóveis dela; um deles em Pirenópolis, região turística de Goiás, avaliado em R$ 70 mil. Ao todo, a polícia aponta que Rafael, que era motorista e pessoa de confiança da mulher, desviou cerca de R$ 200 mil das contas dela.
A cirurgiã geral havia desaparecido em outubro do ano passado; seus restos mortais foram encontrados na última segunda-feira (28/1), em Brazlândia. Gabriela foi assassinada no dia 24 de outubro, mas o que chamou a atenção da polícia é que durante dois meses, antes de ser preso, o acusado manteve contato com a família da médica de Brasília por WhatsApp, passando-se por ela.
O local onde o corpo estava foi apontado por Rafael. O crime foi solucionado pela Divisão de Repressão a Sequestros (DRS).
Motorista desviava dinheiro de contas de médica
Segundo as investigações, o motorista era a pessoa de confiança da médica e era ele quem pagava contas para ela, resolvia pendências em bancos e ainda atuava como corretor. Ele chegou a vender imóveis para ela, sendo um em Pirenópolis, região turística de Goiás, avaliado em R$ 70 mil. Foi apurado ainda que, por mês, Rafael desviava cerca de R$ 1,5 mil das contas de Gabriela. O prejuízo chega a R$ 200 mil.
O motorista confessou ter premeditado o crime juntamente com um homem identificado como Baiano, com intenção de ficar com os bens da médica. De acordo com a polícia, ambos teriam cumprido pena juntos no Centro de Internação e Reeducação (CIR), no Complexo Penitenciário da Papuda. O acusado de matar a médica já tem passagens por estelionato e tentativa de homicídio, quando ainda era menor.
Morte de médica em Brasília
No dia do crime, ele levou Gabriela ao HRT e em seguida até uma agência bancária em Sobradinho para que ela fizesse uma transferência bancária. Quando os dois estavam retornando para Taguatinga, ele parou o carro próximo a uma parada de ônibus, alegando que estava ouvindo um barulho na roda.
Nesse momento, um comparsa entrou no veículo, simulou um assalto e mandou-os ir para Brazlândia. Chegando em uma estrada de chão, a médica foi enforcada, e o corpo foi deixado no local. Em depoimento, Rafael confessou que pagou R$ 5 mil a Baiano para que ele matasse a cirurgiã.
Semanas após o crime, Rafael fez saques bancários das contas de Gabriela, nas quais ele tinha as senhas, e ainda comprou um carro popular com o dinheiro dela. Com ele, os policiais encontraram os dois carros da médica e pertences furtados do apartamento de Gabriela.
O motorista foi indiciado por latrocínio e ocultação de cadáver. O comparsa de Rafael ainda é procurado pelos investigadores.