O ônibus fretado para transportar as vítimas do acidente com ônibus clandestino no viaduto da BR-153, em Goiânia, “não tem condições de seguir viagem”. Na manhã desta terça-feira (29/1), o veículo, enviado pelo proprietário do ônibus acidentado na capital, foi vistoriado por equipes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Goiás, que constataram diversas irregularidades. Foi apurado ainda que o veículo também é clandestino.
De acordo com a PRF, o ônibus foi retido pela corporação em Caxias, no interior do Maranhão, na semana passada por estar com a documentação vencida e para-brisas trincado. Um documento foi assinado pelo motorista comprometendo-se resolver as irregularidades constatadas.
Irregularidades em ônibus oferecido para transportar vítimas de acidente
Mesmo com o termo de compromisso assinado pelo condutor, o veículo estava em uma garagem em Goiânia e “continua com o para-brisas trincado, os pneus lisos, sem condições de trafegar com segurança, as lanternas traseiras quebradas e ainda apresentou uma pane elétrica no motor, ao chegar no estacionamento do Goiânia Arena” na manhã desta terça-feira.
Agentes da ANTT foram acionados e constaram que o veículo também é clandestino. O ônibus não está autorizado pela agência a fazer viagens de linha, não possui seguro de responsabilidade civil e nem alguns itens obrigatórios, o que, em caso de algum incidente, deixaria os passageiros sem nenhuma garantia.
O proprietário será responsabilizado e deve receber multa de R$ 10 mil por cada ônibus. Ainda segundo informações da PRF, até o início da tarde de hoje (29/1), uma empresa regular disponibilizará aos passageiros um ônibus de linha para fazer o transporte até São Paulo. O responsável pelos veículos clandestinos deverá arcar com todos os custos.
Acidente com ônibus clandestino em Goiânia
O acidente com o ônibus clandestino, que seguia do Maranhão para São Paulo, ocorreu na madruga de domingo (27/1). Tudo teria ocorrido após o motorista perder o controle, sair da pista e cair no viaduto com altura de cerca de cinco metros e em seguida ainda bater em um poste de energia.
Segundo dados da PRF, no veículo estavam 49 pessoas, sendo 43 passageiros adultos, três crianças, dois motoristas e o guia do coletivo. Desse total, ao menos 41 pessoas ficaram feridas, entre elas um bebê de seis meses, e duas morreram no local. As vítimas fatais foram identificadas como Carleiton Mendes da Conceição, de 18 anos, e Ana Lúcia dos Santos Silva, de 37 anos.
Alguns dos sobreviventes foram encaminhados para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), Hospital de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) e Centros de Atendimento Integral à Saúde (Cais) mais próximos.
Os que apresentavam escoriações foram levados para o Goiânia Arena, onde também foram atendidos; eles estão sob os cuidados da Defesa Civil de Goiânia até que possam seguir viagem. Em entrevistas, passageiros disseram que o veículo não possuía cinto de segurança. Eles relataram ainda que a passagem custou cerca de R$ 250, metade do preço de empresas de viagens que atuam de forma legalizada.