Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi denunciado mais duas vezes pelo Ministério Público Federal (MPF) em dezembro de 2018, pelo crime de lavagem de dinheiro. A denuncia contra Cachoeira foi recebida pela 11ª vara da Justiça Federal de Goiânia, na última quinta-feira (24/1).
Conforme a publicação do MPF, a primeira denúncia acusa Cachoeira e o seu Contador na época, Geovani Pereira da Silva, responsável por gerenciar as finanças da organização criminosa que explorava jogos de azar em Goiás, pelos crimes de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
As investigações mostram que o contraventor usava as contas bancárias de Geovani para movimentar o dinheiro conquistado através das máquinas caça-níqueis no Estado. Segundo o MPF, no período entre 2008 e 2011 o contraventor movimentou mais de R$ 13,8 milhões por meio das contas do Contador.
Carlinhos Cachoeira comprou cerca 58 imóveis e os registrou nos nomes do ex-cunhado e da ex-mulher
A Receita Federal, através de uma fiscalização, identificou que o Carlinhos Cachoeira sonegou mais de R$ 3,8 milhões de reais. Conforme a publicação, com os juros somados, o valor sonegado atinge atualmente R$ 13,4 milhões de reais.
A segunda denúncia oferecida pelo MPF acusa Cachoeira, o ex-cunhado, Adriano Aprígio de Sousa, e a ex-mulher do contraventor Andréa Aprígio de Souza, pelos crimes de lavagem de dinheiro e contra a Administração Pública.
Segundo a publicação, os crimes praticados pelos três acusados foram convertidos na compra de cerca de 58 imóveis pelo contraventor, com Adriano e Andréa usados como laranjas para registrar os bens. O MPF afirmou que as avaliações dos imóveis em 2014 totalizaram mais de R$ 23,8 milhões, e a publicação informa ainda que caso Cachoeira e os denunciados sejam condenados, o MPF pode decretar a perda dos bens em favor da União.
Operação Monte Carlo
A organização chefiada por Carlinhos Cachoeira foi desarticulada após ser deflagrada a Operação Monte Carlo, no final do mês de fevereiro de 2012. O grupo comandando pelo contraventor tinha duas frentes de atuações, uma no Entorno do Distrito Federal (DF) e outra em Goiânia.
Cachoeira foi condenado no âmbito da Operação Monte Carlo a 39 anos e 8 meses de prisão, pelos crimes de corrupção ativa, violação de sigilo funcional, advocacia administrativa, peculato e formação de quadrilha. Além de ser condenado por estes crimes na operação, Cachoeira também foi condenado a 6 anos e três meses de reclusão por contrabando.
Vale lembrar que Carlinhos Cachoeira também foi condenado por fraudes nas loterias do Rio de Janeiro e cumpre pena no regime semiaberto, inclusive monitorado pelo uso de tornozeleira eletrônica.