Durante uma entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (24/1), o médium João Teixeira, conhecido como João de Deus, foi denunciado pela terceira vez pelos crimes de abusos sexuais cometidos durante os atendimentos na casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal (DF).
Diferente das outras denúncias, em que apenas o médium foi denunciado pelos promotores do MP, nesta terceira acusação, a mulher do médium foi acusada por posse ilegal de armas, e o filho de João de Deus, por coagir as testemunhas. Em virtude destas acusações, o MP protocolou um novo pedido de prisão contra os suspeitos.
Em entrevista ao portal de notícias G1, a Promotora de Justiça Gabriella Clementino afirmou que as ações de coerção e coação das testemunhas, reforçam a necessidades de garantir a proteção delas, durante os depoimentos e no decorrer do processo. Em nenhuma das oportunidades que foi ouvido, tanto no dia em que foi preso, como em outros depoimentos, o médium sempre negou todas as acusações. A defesa de João de Deus não se manifestou sobre a nova denúncia, pois ainda não tiveram acesso ao teor do documento do MP.
Além dos abusos praticados por João de Deus, nova denúncia tem registro de coação
No documento enviado pelo Ministério Público ao Poder Judiciário nesta quinta-feira, os promotores relatam pelo menos cinco casos de estupros de vulneráveis, com uma das vítimas sendo do Distrito Federal (DF) e as outras de São Paulo. A denúncia do MP, mostra que os abusos foram registrados entre julho de 2016 a março de 2018.
Na denúncia apresentada nesta quinta-feira, além do médium, o filho dele Sandro Teixeira de Oliveira vai responder pelos crimes de coação e corrupção ativa de testemunhas, referente a um caso de 2016. Conforme a publicação, um dos promotores afirmou que um dia após a vítima registrar um boletim de ocorrência.
Na matéria veiculada, o promotor afirmou que João de Deus e o filho, com uma arma de fogo em mãos, foram até a cidade da vítima, e ofereceram pedras preciosas para que ela retirasse a registrado contra o médium.
Caso João de Deus
As investigações sobre os abusos sexuais praticados pelo médium em Abadiânia, começaram após o programa Conversa com Bial da Rede Globo de Televisão, exibir uma reportagem com 12 mulheres que denunciaram terem sido vítimas dos abusos de João de Deus.
Após a reportagem ir para o ar na noite de sexta-feira 7 de dezembro de 2018, duas forças tarefas foram criadas no Estado para investigar as denúncias, uma do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) e outra da Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO).
Em evidência de forma negativa pelas acusações, João de Deus apareceu na casa Dom Inácio de Loyola, apenas na quarta-feira 12 de dezembro, e ficou por alguns minutos, depois não se teve mais informações do paradeiro do médium. No mesmo dia, ele teria retirado de suas contas bancárias o valor de R$ 35 milhões de reais e com isso, os investigadores agilizaram o pedido de prisão preventiva contra João de Deus.
O médium só voltou a ser visto no dia 16 de dezembro de 2018, quando se entregou à polícia e continua preso no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Desde então o caso segue sendo investigado pelas duas forças tarefas, inclusive com a PCGO concluído o inquérito sobre o caso e encaminhado para o MP. O Ministério por sua vez havia oferecido outras duas denúncias contra o médium, que foram acatadas pela juíza da comarca de Abadiânia e em que ele se tornou réu.