O governador Ronaldo Caiado concedeu na manhã desta quarta-feira (23/1) uma entrevista à Rádio Interativa FM, no programa Falando Sério, onde fez uma radiografia sobre a situação financeira do Estado. De acordo com Caiado, a mudança no Estado será “radical” e a população sentirá a resposta, mas que o “remédio vai ser danoso”. Na entrevista, Caiado adiantou o fato de que a Coreia do Sul tem manifestado interesse em fazer investimentos no município goiano de Flores de Goiás.
Sobre as contas públicas, o governador disse que já pagou 83% da folha de janeiro dos servidores públicos e buscou providências para as dívidas com os hospitais do estado, que superam R$ 300 milhões. Ele aproveitou a oportunidade para voltar a alfinetar a gestão anterior e lembrar em que situação teria encontrado o Estado. “A verdade nua e crua: recebi o governo com R$ 11 milhões em caixa e R$ 3,4 bilhões em dívidas”, disse. Caiado ainda informou que os repasses às prefeituras estão atrasados 13 meses.
“A mudança vai ser radical em Goiás”, afirmou o governador ao se referir às medidas tomadas para tentar recuperar as contas públicas, mas avisou: “o remédio vai ser danoso”. Ele informou ainda que recebeu ligações de empresários comunicando interesse de investir em Goiás. “Estamos expandindo a nossa ação”.
Destacou, também, uma visita de delegação da Coréia do Sul que, segundo ele, tem interesse em fazer investimentos no município de Flores de Goiás. Caiado adiantou que nesta quinta-feira (24/01), receberá delegação com 25 integrantes da Coreia do Sul que conhecerão Flores de Goiás, onde será instalado o maior projeto de sistemas fotovoltaicos do país.
Eles solicitaram 1,5 mil hectares de terras. “É o maior investimento que teremos no estado. É o dobro da estrutura instalada no Piauí, devido à qualidade e à localização da região”, destaca.
O governador Caiado defendeu também medidas punitivas imediatamente após o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, como aconteceu em Goiás, com a gestão anterior. “São 6,8 milhões de goianos para manter a estrutura do estado, mas que não têm benefício algum. Há desigualdade regional e enormes dificuldades na saúde, educação, infraestrutura”, afirma.
Caiado decretou estado de calamidade financeira
O governador finalizou dizendo que “são várias agonias a cada dia, mas que iria consertar o estado”. Uma das medidas já tomadas por Caiado foi um polêmico decreto.
O democrata decretou na última segunda-feira (21/1) estado de calamidade financeira por pelo menos seis meses. A medida foi encaminhada à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), onde precisa passar pela aprovação dos deputados. O estado de calamidade é uma situação anormal em que a capacidade de ação do poder público municipal ou estadual fica seriamente comprometida. Essa situação é fruto de um desastre, catástrofe e afins.
Durante o estado de calamidade financeira, o governo goiano vai poder renegociar contratos com fornecedores e suspender serviços não essenciais. Segundo o decreto, o prazo de seis meses pode ser prorrogado em caso de necessidade. Assim que, e se, o decreto for aprovado, a Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento de Goiás passa a ter mais liberdade para remanejar recursos e adotar as medidas que considerar necessárias para reequilibrar as contas estaduais.
Entretanto, no decreto Caiado não aponta os efeitos da decisão. O documento prevê que a Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan) editará “atos complementares sobre as medidas administrativas a serem adotadas”.