A nova denúncia contra o médium João Teixeira, mais conhecido como João de Deus, protocolada pela Força Tarefa do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) foi aceita pela Juíza Rosângela Rodrigues do Santos, responsável pela comarca de Abadiânia, na tarde desta quarta-feira (16/1).
O documento enviado pelo MPGO para Juíza, conta com os depoimentos de 13 vítimas, e que cinco deles não prescreveram, ou seja passaram do tempo hábil para serem colocados como parte dos autos para pedir o indiciamento do médium. Dos cinco casos pelos quais o médium vai ser julgado, quatro são por estupros de vulneráveis e um por violação sexual mediante fraude.
João de Deus esta preso acusado de abusar sexualmente de suas pacientes
O médium está preso há um mês e em todas as vezes que foi ouvido, pela Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) ou pelo MP, João de Deus sempre negou as acusações.
No dia 7 de dezembro de 2018, uma matéria exibida pelo programa Conversa com Bial da Rede Globo de Televisão, pelo menos 12 mulheres afirmaram que foram abusadas sexualmente pelo médium, durante as cirurgias espirituais feitas na casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia.
A partir das primeiras denúncias no programa, duas forças tarefas foram criadas em Goiás, uma da Polícia Civil e outra do Ministério Público, para investigar a veracidade das declarações das vítimas de João de Deus.
Após a veiculação da matéria, João de Deus apareceu apenas uma vez na casa Dom Inácio de Loyola, no dia 12 de dezembro de 2018. Conforme noticiado por vários veículos de comunicação, inclusive o Portal Dia Online, em sua única aparição após as denúncias, João de Deus teria sacado R$ 35 milhões de reais das contas bancárias.
Prisão de João de Deus
Em meio as denúncias e a informação do pedido de prisão preventiva em seu desfavor, o médium se escondeu na zona rural de Abadiânia. João de Deus só voltou a aparecer novamente no domingo 16 de dezembro de 2018, quando em uma encruzilhada se entregou a polícia.
Durante o processo de investigação tanto do MP como da PC, o médium foi ouvido em pelo menos quatro oportunidades, no dia em que se entregou para a Polícia. Após isto prestou depoimento na sede do MP, algumas semanas depois deu novas declarações à polícia e na última segunda-feira (14/1) os promotores do Ministério Público compareceram ao complexo prisional para ouvir o médium mais uma vez.
Defesa tenta habeas corpus de João de Deus
Com o mandado de prisão expedido em desfavor do médium, a defesa tenta a liberação de João de Deus por meio do habeas corpus, ou transformar o pedido de prisão preventiva em domiciliar. A última carta dos advogados de defesa era esperar pelo julgamento da solicitação no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). No entanto, o TJGO julgou o pedido na última terça-feira (15/1) e por unanimidade negou o habeas corpus do médium.