O médium de Abadiânia, João Teixeira de Faria, o João de Deus, deve ser interrogado nesta segunda-feira (14/1) pela quarta vez desde que foi preso, em dezembro do ano passado. O médium vai ser ouvido pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), que ja havia interrogado o acusado uma outra vez. Nas outras duas vezes, João de Deus foi ouvido pela Polícia Civil, que concluiu os inquéritos referentes a ele indiciando-o por porte ilegal de arma e fraude sexual.
A expectativa deste interrogatório é que ele seja questionado sobre as suspeitas de crimes sexuais em vítimas de Goiás, Distrito Federal e de São Paulo.
Nas outras três vezes em que já foi ouvido, tanto pelo MP-GO quanto pela Polícia Civil, o médium negou todas as acusações de abuso sexual que pesavam contra ele.
Quanto às armas encontradas em seu poder, João de Deus alegou que foram entregues a ele por pessoas que tinham vontade de se matar.
O depoimento do médium está previsto para ocorrer na tarde desta segunda-feira, no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, onde João de Deus está preso desde o último dia 16 de dezembro.
De acordo com a promotoria, o objetivo do interrogatório do médium é reunir informações para a próxima denúncia que o MP-GO quer finalizar.
Polícia Civil encerrou força-tarefa que investigava João de Deus
Em uma coletiva de imprensa realizada na manhã da última quinta-feira (10/1), na Delegacia Estadual de Investigações Criminais, a DEIC, a delegada Karla Fernandes comunicou que a força-tarefa montada pela Polícia Civil para investigar os crimes cometidos pelo médium João de Deus encerrou, oficialmente, todos os seus procedimentos. De acordo com a delegada, na ocasião, dos sete inquéritos abertos, João de Deus foi indiciado por quatro. O restante dos inquéritos conclusos foi remetido com relatório para arquivamento.
A delegada informou que todos os procedimentos que estavam em andamento na Polícia Civil de Goiás estão sendo, agora, encaminhados ao Poder Judiciário. Entretanto, segundo ela, o médium só foi indiciado em quatro: dois por abuso sexual e dois por porte ilegal de arma de fogo.
Ela disse ainda que a esposa do médium, Ana Keyla, também foi indiciada por porte ilegal de arma, uma vez que ela morava com João de Deus na mesma residência e tinha conhecimento das armas, que ficavam guardadas em sua gaveta de calcinhas.
A delegada continua relatando que os indiciamentos por abuso sexual só foram possíveis porque foram denunciados e investigados no prazo hábil diante da lei. Quanto aos outros, mesmo as investigações apontando indubitavelmente para a existência do crime, serão arquivos pela extinção de punibilidade. “O crime existiu, mas não pode ser punido” devido ao tempo transcorrido, explica.