O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, anunciou nesta quinta-feira, 10, o rompimento das relações diplomáticas com a Venezuela. A decisão foi anunciada logo após a posse do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
A ruptura envolve o fechamento da Embaixada do Paraguai em Caracas e a retirada imediata dos diplomatas. Além disso, foi anunciado o cancelamento de um acordo de vistos com a Venezuela – o que, segundo o governo paraguaio, afetará apenas funcionários do regime.
Benítez lembrou que, como membro do Grupo de Lima, o Paraguai não reconhece o resultado da última eleição na Venezuela, falando em “um processo eleitoral ilegítimo”. Em nota, a chancelaria paraguaia informou que a crise política na Venezuela “é de índole interna e cabe aos próprios venezuelanos resolvê-la”.
“Ordenei o fechamento de nossa embaixada e a retirada imediata de pessoal diplomático do Paraguai acreditado na Venezuela”, disse Abdo Benítez. O presidente paraguaio ressaltou ainda que a decisão tem como base o fato de Assunção não reconhecer o novo mandato de Maduro, que seria “resultado de um processo eleitoral ilegítimo”.
Para Abdo Benítez, os líderes políticos da região deveriam adotar medidas que protejam o povo e a democracia venezuelanos. “A causa da liberdade, da democracia, a causa da Venezuela é uma causa justa”, afirmou o paraguaio.
Na semana passada, o Grupo de Lima anunciou que não reconheceria o governo venezuelano se o presidente Maduro assumisse um novo mandato de seis anos. O único país do grupo que não apoiou a decisão foi o México, governado pelo esquerdista Andrés Manuel López Obrador.
O Grupo de Lima foi criado em 2017 por iniciativa do governo peruano e com o objetivo de pressionar pelo restabelecimento da democracia na Venezuela. O Equador, que integra o grupo, anunciou nesta quinta que também retirou seu embaixador de Caracas. No entanto, o governo do presidente equatoriano, Lenín Moreno, garantiu que não rompeu relações com a Venezuela. (Com agências internacionais).