Em uma entrevista coletiva em que foi às lágrimas, Andy Murray declarou nesta quinta-feira que pretende se aposentar das quadras após a disputa da próxima edição de Wimbledon por causa das constantes dores no quadril. Mas também reconheceu que não sabe se conseguirá fazê-lo, admitindo a possibilidade de deixar o tênis após a sua participação no Aberto da Austrália, que se iniciará na segunda-feira em Melbourne.
“Eu preciso de um ponto final, porque estou jogando sem a menor ideia de quando a dor vai parar. Tomei essa decisão e acho que posso chegar até Wimbledon. É lá que eu gostaria de parar de jogar, mas não estou certo de que sou capaz de fazer isso”, afirmou o ex-número 1 do mundo.
Murray reconheceu, porém, não saber se conseguirá se manter ativo até a próxima edição de Wimbledon, marcada para começar em 1º de julho. Por isso, admitiu que pode parar após o fim da sua participação no Aberto da Austrália. “Há uma chance disso, com certeza. Não tenho certeza se vou conseguir suportar a dor por mais quatro ou cinco meses”, comentou.
Um dos principais nomes do tênis na sua geração, Murray sofre para ser competitivo nas últimas temporadas por causa de uma lesão no quadril. O britânico, que possui três títulos de Grand Slam, está previsto para estrear no Aberto da Austrália, torneio em que foi vice-campeão cinco vezes, contra o espanhol Roberto Bautista Agut, o 22º colocado no ranking da ATP.
“Eu vou jogar. Mas não posso mais jogar em um nível que eu me sinto feliz jogando. A dor é muito grande, e não quero continuar jogando dessa maneira”, afirmou Murray, que hoje é apenas o número 250 do mundo.
O britânico operou o quadril em janeiro de 2018, temporada em que disputou apenas 12 partidas. Ele participou do Torneio de Brisbane na semana passada, mas foi eliminado no seu segundo compromisso no evento, exibindo problemas físicos.
Murray, que declarou que não pode mais jogar em alto nível por causa das dores, também considera a possibilidade de realizar outra cirurgia em seu quadril, mas nesse caso para ter uma qualidade de vida melhor.
Aos 31 anos, Murray soma 45 títulos da ATP na sua carreira profissional, com 663 vitórias e 190 derrotas. O britânico foi campeão de Wimbledon em 2013 e 2016, além do US Open em 2012. Ele também é o atual bicampeão olímpico do evento de simples do tênis.