Em entrevista concedida à Globo News na manhã desta terça-feira (8/1), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), pintou um quadro nada animador sobre a atual situação do Estado, e não poupou críticas à última gestão. De acordo com o democrata, a pauta do governo anterior era “desumana”, e que posturas adotadas em Goiás levaram o Estado à falência. Caiado ainda disse que Zé Eliton teria deixado de empenhar a folha de pagamento dos servidores públicos de dezembro para não ser penalizado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Caiado deixou claro que a situação econômica do Estado não é nada boa, e que não pode contar com ajuda federal. Ele afirmou estar “trabalhando diuturnamente” para resolver a questão. “Já fui ao Ministro Paulo Guedes, ao Tesouro Nacional, e Goiás foi rebaixado para letra “D”, não tem aval, não tem como contrair empréstimo”, lembrou. Entretanto, mesmo diante do cenário caótico, Goiás deve receber, no dia 21 de janeiro, uma comitiva do Governo Federal para avaliar a situação fiscal do Estado e para que, a partir dessas constatações, possam ser apontadas diretrizes para sanar o problema.
Questionado sobre o salário do funcionalismo público, Caiado ressaltou a irresponsabilidade do governo anterior, de Zé Eliton, do PSDB, que deixou em caixa apenas R$ 11 milhões em recursos, e uma dívida que ultrapassa os R$ 3 bilhões. Ele apontou uma “manobra do grupo político que comandou o Estado durante 20 anos, como um desrespeito aos servidores públicos“. De acordo com Caiado, em uma tentativa de livrar o CPF, o ex-governador não empenhou a folha do mês de dezembro, um artifício para fugir da Lei de Responsabilidade Fiscal. Segundo o governador, a gestão passada deveria ter deixado receita para o pagamento dos servidores, mas a folha sequer foi empenhada.
“O ex-governador, para livrar o seu CPF, não empenhou a folha de dezembro. Veja a que ponto chegou. Então, essa dívida não existe. Ele, para não ser penalizado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, já que teria que deixar o depósito, ou seja, a receita do pagamento do salário de dezembro, sequer empenhou”, disse.
Caiado também comentou situação caótica da saúde
O governador, ainda na entrevista, também falou sobre a grave situação dos hospitais do Estado. Caiado já visitou duas Unidades desde sua posse: Hospital de Urgência de Goiânia (HUGO) e Hospital Materno-Infantil (HMI). O democrata classificou a situação como de colapso. “O que se vê hoje são os pacientes internados e as distribuidoras não aceitam sequer repassar o medicamento. Esse é outro problema sério. Estamos lidando com vidas”, disse.
“Existe o Hospital Materno Infantil: é preciso ver o colapso daquela unidade, onde há crianças recém-nascidas com lesões graves. É algo avassalador. É insensibilidade. A pauta do governo era totalmente desumana. Era no sentido de se beneficiar politicamente”, finaliza o governador.