A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, fez fortes críticas contra o líder do Partido Trabalhista Jeremy Corbyn em artigo publicado neste domingo no jornal Mail Online, afirmando que ele se quer “leu o acordo do Brexit” antes de rejeitá-lo. “Sua política é cínica e incoerente”, afirmou em texto replicado também em sua página no Facebook.
Em dezembro, Corbyn submeteu uma moção de desconfiança contra a primeira-ministra. Diferente de uma moção de desconfiança contra o governo britânico, o movimento, direcionado apenas à May, tem caráter simbólico.
“A visão deles de Corbyn e do Partido Trabalhista para o Brexit é um exemplo cínico de incoerência, desenhada para evitar decisões difíceis. Ele nem mesmo se deu ao trabalho de ler o acordo fechado e já se posicionou contra. Ele diz a um grupo que irá manter o Reino Unido em um mercado único, enquanto promete a outro o fim da livre movimentação. A todo o momento, ele se mostrou o oposto de um líder, servindo não ao interesse nacional, mas sempre ao seu próprio interesse político”.
Ao defender que o Reino Unido se encontra em um momento decisivo, May defende que “quando os deputados votarem a saída da UE, determinarão o rumo do país para o futuro”.
Três perguntas
Na avaliação de May, neste momento os deputados devem se fazer três perguntas. “O acordo que negociei prevê o resultado do plebiscito da União Europeia (UE), retirando-nos da UE e restabelecendo o controle soberano sobre as nossas fronteiras, leis e dinheiro? Protege os empregos em que nossos cidadãos confiam para colocar comida na mesa para suas famílias e a cooperação de segurança que mantém cada um de nós seguro? Proporciona a certeza de que cidadãos e empresas têm todo o direito de esperar daqueles que os governam e representam? Eu acredito que meu acordo faz todas essas coisas”.
A primeira-ministra afirma ainda que ninguém mais tem um plano alternativo que passe por esses três testes. “Há alguns no Parlamento que, apesar de votarem a favor da realização do referendo, agora querem nos impedir de realizar outro referendo. Há outros tão concentrados em sua visão particular do Brexit que correm o risco de transformar um ideal perfeito no inimigo de um bom negócio”, afirma.
May encerra o artigo com um apelo “para o meu partido”, o Parlamento e o país: “Neste ano vamos descobrir o novo espírito do propósito comum. Vamos concordar com um acordo do Brexit que nos mova rumo a um futuro brilhante com confiança. Vamos garantir o futuro de nosso Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês). E façamos de 2019 um ano para nos orgulhar”.