A classificação das praias como própria ou imprópria para banho já é algo conhecido pelos banhistas. Agora, frequentadores do litoral norte terão mais uma opção para verificar a situação das praias pelo boletim do lixo, análise que está em sua primeira edição e deve ser divulgada todos os meses pela ONG Instituto Argonauta para Conservação Costeira e Marinha.
Mas as nomenclaturas dadas aos trechos avaliados são diferentes: ausente, traços (presença de algum lixo espalhado), inaceitável e caótico. Com base em levantamento de novembro em 132 praias de Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela, o boletim, feito em parceria com o Aquário de Ubatuba, encontrou 42 praias dentro do perfil “ausente” e 83 com traços. Nenhum foi classificado como “caótico” e os sete trechos enquadrados como “inaceitável” estavam em Caraguatatuba.
“Temos equipes que, todo dia, estão na praia para ver se há animais mortos ou vivos, precisando de reabilitação. Resolvemos aproveitar as equipes para ver o problema do lixo, até porque boa parte dos animais que fazemos necrópsia tem contato com lixo marinho. Coletamos dados e pensamos em transformar em boletim mensal para a população e gestores locais”, explica o oceanógrafo Hugo Gallo Neto, presidente do instituto e diretor do aquário.
Segundo ele, o boletim usa como base metodologia científica publicada no Journal of Coastal Conservation em 2000. A análise é diferente do boletim semanal da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). “A Cetesb analisa a balneabilidade e faz análise do número de coliformes fecais. E classifica as praias como próprias e impróprias. A metodologia que usamos está baseada na quantidade de lixo por m². Geralmente, as praias classificadas como ausente e traços são consideradas próprias, porque a praia de boa balneabilidade está com areia limpa, mas é importante olhar os dois boletins.”
Peso
Neste primeiro mês de avaliação, o lixo removido das praias foi pesado e somou mais de 1 tonelada. Em Ubatuba, as equipes retiraram 383,4 kg de lixo, seguido de 299,9 kg em Caraguatatuba, 242,6 kg em São Sebastião e 149,2 kg em Ilhabela. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.