Nenhuma palavra consegue traduzir a dor de Lineia Oliveira Silva. Ela é mãe de Luan, de apenas 3 anos, protagonista de uma história que ocorreu em um metrô de São Paulo que deixa qualquer um com nó na garganta.
Luan morreu atropelado por um trem da linha 1-Azul do Metrô na capital paulista, na estação Santa Cruz, no início da tarde do último domingo (23/12).
O bebê seguia para Santos, com Lineia, mais três irmãos e o padrasto. O vagão e a plataforma, conforme a mãe, estavam lotados. A família não desceria naquela estação, mas o menino foi arrastado pela multidão quando o trem parou na Santa Cruz.
A mãe, o padrasto e os irmãos se desesperaram porque não conseguiram recuperar o menino. A porta se fechou.
Lineia, então, desceu na próxima estação e voltou para aquele em que Luan havia sido colocado para fora pela multidão. Após procurar o menino, pediram socorro aos seguranças.
Os trens ficaram inoperantes até que os seguranças encontraram o menino dentro de um túnel, para onde teria sido arrastado. Com ferimentos na cabeça, o menino estava morto. Todos que acompanhavam a cena se emocionaram com o desespero da mãe.
Mesmo assim, levaram Luan ao Hospital São Paulo. Lá, constataram sua morte e o levaram para o Instituto Médico Legal (IML).
Pai não conseguiu se despedir do filho, em São Paulo
O corpo de Luan foi sepultado na tarde de terça-feira (24/12). O pai do menino, contudo, estava viajando para a Bahia de férias. Quando soube da morte do filho, tentou chegar a tempo. Mas não conseguiu ver, pela última vez, o rosto do menino arrastado pela multidão para debaixo dos trilhos e depois para dentro do caixãozinho branco.
Adeilson Bispo Oliveira, de 32 anos, pai de Luan, contou ao Portal R7 que, um dia antes de viajar, levou o menino para tomar sorvete. “Toda vez que olho a foto dele fico em choque. Hoje, busquei os irmãos dele para passar o dia comigo. Eles estão sentindo muito a falta de Luan”, lembrou-se o pai.