O médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, deixou sua cela no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia na manhã desta quarta-feira (26/12) para ser interrogado por promotores do Ministério Público de Goiás (MP-GO), na sede do órgão, no Jardim Goiás, em Goiânia. A ida de João de Deus para o MP-GO teve uma pesada escolta policial, com carros blindados e policiais encapuzados. Uma viatura se posicionou na entrada do prédio para que, na saída do médium, que ocorreu neste momento, por volta de 12h20, sua imagem não seja exposta.
João de Deus chegou ao MP-GO por volta das 10h da manhã de hoje. É a primeira vez que o médium é interrogado pelos promotores do Ministério Público que fazem parte da força-tarefa que levou à prisão do médium.
As viaturas que realizaram a escolta de João de Deus foram posicionadas em frente ao MP-GO estrategicamente para impedir o acesso da imprensa ao médium.
A assessoria do MP-GO anunciou que vai publicar ainda hoje uma nota com esclarecimentos sobre o teor do depoimento de João de Deus aos promotores. Uma coletiva de imprensa também deve ser marcada.
Esposa de João de Deus também prestará depoimento
A esposa do médium João de Deus, Ana Keyla Teixeira, de 40 anos, prestará depoimento nesta quarta-feira (26), a partir de 13h, na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Goiânia. Ana Keyla, que tem defendido o marido, será interrogada pelo delegado Valdemir Pereira. Ela é mãe da filha mais nova do médium, acusado de crimes sexuais.
A força-tarefa do Ministério Público (MP) de Goiás, que investiga as denúncias de crimes sexuais envolvendo o médium, já recebeu 596 relatos de mulheres que se dizem vítimas de João de Deus. Dessas, 75 já foram ouvidas em Goiás e em outros estados.
Segundo os promotores que atuam na força tarefa, das 255 pessoas identificadas, 23 tinham entre 9 e 14 anos na ocasião dos fatos, 28 delas, entre 15 e 18 anos, e 70, idade de 19 a 67 anos.
João de Deus está preso preventivamente desde o dia 16 no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia, a 18 quilômetros da capital. A defesa já recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF), na tentativa de reverter a detenção para prisão domiciliar com tornozeleira.