O delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes, disse neste domingo, 16, que a investigação sobre as denúncias de abuso sexual contra o médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, vai se concentrar em 15 casos e que a polícia irá focar, a partir de agora, a “formação da prova”.
“A polícia civil está analisando caso a caso e está se concentrando na questão do abuso (sexual). O grande desafio é provar essa situação. A Polícia Civil persiste focada na formação da prova. Tem muitos crimes que estão prescritos, mas vítimas que comparecem atuarão como testemunha”, afirmou.
João de Deus está, neste momento, na Delegacia Estadual de Investigação Criminal (Deic) em Goiânia (GO), onde prestará depoimento sobre as denúncias de abuso sexual. Após ser interrogado, ele será levado ao Instituto Médico Legal para exame de corpo delito. Em seguida, o líder religioso será encaminhado para o Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia para cumprir prisão preventiva.
O líder espiritual teve o mandado de prisão decretado no fim da manhã de sexta-feira, 14, e se entregou às autoridades somente na tarde deste domingo. O delegado-geral negou que a Polícia Civil estivesse preocupada com uma possível fuga do acusado. “Tínhamos situação controlada. A apresentação espontânea só se deu após várias técnicas utilizadas, aprendida por grandes delegados. É o momento agora da Polícia Civil confeccionar suas provas”, afirmou.
André Fernandes afirmou também que, caso a investigação aponte para a participação de funcionários da Casa Dom Inácio de Loyola nos supostos crimes cometidos, essas pessoas também serão alvos do inquérito policial. “Se as investigações provarem isso, que houve qualquer tipo de conivência, essa pessoa será trazida para dentro da investigação. Com certeza (cúmplices podem ser punidos).”