A universidade Estácio de Sá, com sede no Rio de Janeiro e unidades em Goiânia e Aparecida de Goiânia, pegou muita gente de surpresa esta semana ao demitir de uma só vez 43 professores que lecionavam na capital goiana. A demissão em massa está sendo denunciada por professores nas redes sociais desde ontem (14/12), e o corte dos docentes parece ter ocorrido em outras unidades da instituição de outros estados, que alegou “motivos administrativos”. Alunos estão se mobilizando em favor dos professores demitidos.
De acordo com informações de um jornal local, denúncias recebidas informam que eram todos professores contratados pela CLT, possuíam pouco tempo de vínculo empregatício e foram demitidos sem justa causa.
A demissão em massa gerou reações tanto dos professores, que foram às redes sociais expor o ocorrido, quanto dos alunos que, mobilizados através do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da universidade Estácio de Sá, fizeram uma manifestação na noite da última sexta-feira (14/12) na porta da instituição, localizada no Shopping Estação da Moda, em Goiânia.
Segundo o estudante de Educação Física e presidente do DCE Helenira Rezende, Guilherme Mariguella, de 20 anos, o ato reuniu cerca de pessoas de 20 pessoas e teve que ser feito na entrada da unidade, uma vez que eles foram impedidos de entrar. Ainda de acordo com Guilherme, os estudantes de Goiás estão se mobilizando com os de outros estados. “Começamos a fazer o ato por volta das 18h30, e eles não nos deixaram entrar. Estamos fazendo contato com os DCEs [da Estácio] de outros estados, onde também estão ocorrendo essas demissões”.
Por meio de uma nota assinada pelos DCEs da Estácio de Sá de Goiás, Rio de Janeiro, Pernambuco e Maranhão, os estudantes que se manifestaram em prol dos professores demitidos declaram que a “universidade se utiliza de artifícios oriundos da mudança nos direitos trabalhistas para favorecer o empregador”, e que não vão “aceitar calados atitudes arbitrárias, que são tomadas com o único objetivo de prejudicar a qualidade de ensino”.
Estácio de Sá diz que desligamentos são parte de um “processo natural da instituição”
Em nota enviada ao Dia Online, a assessoria de comunicação da instituição de ensino superior declarou que os desligamentos são naturais, uma vez que universidade “periodicamente precisa rever a sua base de docentes”. Confira abaixo a íntegra da nota:
“Sobre os fatos a Estácio esclarece: Os desligamentos realizados fazem parte de um processo natural de uma instituição de ensino, que periodicamente precisa rever a sua base de docentes, adequando-a às necessidades do mercado, demandas de cursos e às particularidades das praças em que atua. A Estácio é um dos maiores grupos de ensino do país, que continuamente realiza ajustes na sua operação como um todo, buscando um crescimento sustentável para ofertar ensino de qualidade em larga escala. Reforçamos que nosso principal compromisso é com a qualidade acadêmica, para que possamos cumprir a nossa missão de Educar para Transformar.”