Nos seus mais de 20 anos de carreira como cantor, o paulistano Carlos Navas vem se dedicando há 14, em paralelo ao seu trabalho regular, a levar clássicos infantis de Vinicius de Moraes e Chico Buarque para crianças em todo o País. No mais novo projeto, o artista tem realizado uma série de apresentações intimistas, em bibliotecas públicas de São Paulo.
Os shows, com entrada gratuita, fazem parte do projeto Biblioteca Viva, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Até 19 de dezembro, o artista terá passado por 10 bibliotecas, de bairros como Tatuapé, Pinheiros, Vila Maria e Vila Prudente. “O curioso é que são públicos pequenos, o que não os torna menos importantes”, afirma Navas ao jornalO Estado de S. Paulo.
Para ele, a parte mais importante do projeto é a aproximação, literal, do público. “Se estico a mão, os alcanço”, diz. Apesar de serem shows voltados para o público infantil, a maioria das plateias tem sido formada por adultos. “As crianças, claro, precisam ser levadas por adultos e muitas pessoas que estão passando pelo local param para ver o show”, explica. “Acho interessante porque reforça a importância dessas canções.”
As músicas têm influenciado diferentes gerações e pessoas de todas as idades. O próprio Navas, que está prestes a fazer 50 anos, tem boas recordações de quando assistiu ao especial Arca de Noé, de Vinicius, na TV, e de quando foi ver, com a mãe, o espetáculo Saltimbancos, de Chico, no teatro. Por isso, apesar de desenvolver, ao longo da carreira, canções para o público adulto, topou regravar os clássicos infantis nos álbuns Algumas Canções da Arca… (2004) e Canções de Faz de Conta (2007).
Nesses 14 anos, tem tocado o show Chico e Vinicius para Crianças, já foi visto por mais de 250 mil pessoas. Após a série nas bibliotecas, com formato acústico, ele retoma o concerto principal, com banda completa, a partir de 26 de janeiro, em Campos do Jordão. “A carreira do artista é assim, um dia você está num palco grande, no outro, em um espaço para 50 pessoas.”
Com tantos anos de estrada, Navas acumula boas recordações das interações com as crianças. “Um rapaz, recentemente, chegou com um menino no colo. Disse que viu um show meu em 2005, num CEU (Centro Educacional Unificado) de São Miguel Paulista. Queria me apresentar o filho, que se chama Carlos”, relembra.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.