A Corte do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) concedeu à Ordem dos Advogados do Brasil Seção Goiás (OAB-GO) liminar parcial que proíbe a Prefeitura de usar atualização de dados para aumentar taxa de IPTU em Goiânia, enviada aos moradores por meio de notificação. Com a decisão, o Paço Municipal deve rever o cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano feito com base na planta de valores integral realizada em 2015.
Na decisão, o TJGO considerou que o recadastramento é insuficiente para que ocorra mudança do valor do imposto. Foi entendido ainda que somente uma atuação fiscal suplementar, interna ou externa, poderia confirmar se as modificações fiscais noticiadas pelo contribuinte no recadastramento alteram o valor venal do imóvel e, consequentemente, a base de cálculo do imposto.
Segundo a ação direta de inconstitucionalidade, imposta pela OAB, “inúmeros contribuintes foram “pegos de surpresa” com a desproporcionalidade entre os valores pagos a título de IPTU/ITU no ano de 2018 e nos exercícios anteriores, identificando nesse capítulo o perigo de demora a justificar o acautelamento.”
A desembargadora Beatriz Figueiredo Franco, relatora do processo, explicou na decisão que “a Prefeitura tem se utilizado do artigo 3º, § 2º, Lei municipal nº9.704/2015, sinalizando aplicar o imediato e integral aumento do IPTU, sem os deflatores legalmente previstos (segundo a planta cheia recentemente aprovada) aos contribuintes que, apesar de terem modificado as características físicas de seus imóveis, não alteraram a base de cálculo do imposto (valor venal do imóvel).”
Cobrança de IPTU em Goiânia
Na manhã de hoje, os vereadores de Goiânia aprovaram, por unanimidade, em segunda votação o projeto de lei que impede o aumento abusivo do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e revoga dois parágrafos da Planta de Valores de Goiânia.
Toda discussão em volta do imposto teve início com o envio de mais de 500 mil notificações aos moradores da cidade, para que fizessem a atualização cadastral do imóvel junto à Prefeitura, o que é obrigatório por lei. No entanto, a maneira como a mensagem chegou aos contribuintes não foi bem aceita, uma vez que o documento indicava até mesmo a possibilidade de prisão para quem não atualizasse os dados.