O médium João Teixeira de Faria, mais conhecido como João de Deus, alvo recente de centenas de denúncias de abusos sexuais não só de mulheres em Goiás, mas também de outros estados e outros países, briga na Justiça pela posse oficial de um imóvel desde o ano de 2016. O médium, famoso pelos seus atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, entrou, no ano em questão, com uma ação de adjudicação contra Marlene Veloso Vieira pela posse de uma imóvel em Abadiânia.
Segundo consta nos autos, João de Deus entrou com uma Ação de Adjudicação Compulsória (voltada a executar a transferência obrigatória de um bem imóvel, desde que cumpridas certas condições), proveniente de uma herança do espólio de Marlene Veloso Vieira e Edson Veloso Vieira.
No processo, consta que João teria pago o valor de R$ 20 mil reais por um imóvel aos herdeiros do bem no Loteamento Continuação de Lindo Horizonte, em Abadiânia de Goiás, mas não conseguiu fazer o registro do bem em questão.
De acordo com uma advogada consultada pela reportagem do Dia Online, que analisou o processo, a briga de João de Deus é pelo registro do imóvel que já teria sido pago. “Como o inventário ainda está pendente, não houve lavratura de escritura definitiva. Então ele entrou com essa ação requerendo adjudicação compulsória para poder regularizar a escritura do imóvel”, esclarece a advogada.
Imóvel adquirido por João de Deus seria para centro de apoio a idosos
O processo teve início em 5 de agosto de 2016, e até o momento, não teve sentença. Houve, inclusive, decisão declinando de competência jurídica sobre o processo, uma vez que o médium ingressou com a ação em Anápolis, mas a comarca competente seria em Abadiânia de Goiás. “No dia 12 de setembro [deste ano] esse processo foi encaminhado para Abadiânia, pois é o juiz de Abadiânia competente para julgar o processo”.
De acordo o processo, João de Deus reivindica, através de Escritura Pública de Cessão de Direitos Hereditários, a posse do imóvel para instalação de um centro de apoio e atendimento para idosos em situação frágil.
Um a vez que o imóvel se encontrava em estado deteriorado, foi pago o valor de R$ 20 mil para que ele pudesse fazer os devidos reparos.