Quem mora em centros urbanos como Goiânia está acostumado a ter uma rotina intensa e cheia de atividades. Por vezes é preciso dividir o tempo entre o trabalho, estudos e alguma outra tarefa extra. Fato é que nem sempre é possível tirar um tempinho de folga apenas para relaxar e curtir boa música, principalmente quando muitas opções oferecidas pela cidade acabam custando caro. No entanto, se você está realmente disposto a se permitir viver novas experiências, o Chorinho em Goiânia pode ser uma excelente opção.
Para aqueles que ainda não conhecem, nossa dica é que destinem um espacinho na agenda para já organizarem o dia da visita! A proposta do evento é abrir as portas para artistas locais, oferecendo ao público opções de entretenimento que saem a um baixíssimo custo e que ainda possuem alta qualidade. Portanto, se você está procurando um bom motivo para reunir os amigos, este pode ser o momento perfeito para convidá-los para o próximo Chorinho.
Um pouquinho sobre a história do Chorinho
Quem passa todos os dias pelo centro de Goiânia costuma não perceber algumas preciosidades que habitam por ali. Isso porque a força do hábito faz com que funcionemos no “modo automático” e simplesmente deixamos de enxergar algumas coisas que estão a nossa volta.
O Grande Hotel, localizado na Avenida Goiás, é um bom exemplo disso. Muita gente costuma passar todos os dias por ali, mas sequer notam que aquela é uma das construções mais importantes da cidade, considerado como um lugar histórico e de afirmação cultural. E é exatamente por tais razões que o ambiente foi escolhido para ser a sede do Chorinho em Goiânia.
Em atividade desde 2006 e após sofrer dois anos de hiato, o evento retornou para o calendário cultural da cidade ainda neste ano. Oficialmente nomeado como “Projeto Grande Hotel Revive o Choro”, o evento é realizado pela Prefeitura de Goiânia e acontece durante as noites de sexta, carregando consigo uma valorosa função cultural, ao mesmo tempo em que tem como objetivo a ocupação da cidade. Isso mesmo! A ideia é fazer com que as pessoas saiam dos espaços fechados de entretenimento e que vão para as ruas prestigiar artistas que também merecem visibilidade.
Esta é uma forma de revitalizar o centro de Goiânia, que apesar de ser tão rico em cultura e história, anda esquecido e não é valorizado da forma que deveria. De acordo com Carlos Brandão, que é o produtor cultural responsável pelo Chorinho: “O evento mostra que o centro de Goiânia é viável. Mostra que o público gosta daqui. Que é viável se tiver bons bares e restaurantes à noite, se a Prefeitura der subsídios para as pessoas se instalarem aqui, fazer ruas (com funcionamento comercial) 24 horas, por exemplo“.
Apenas para que você tenha ideia, cada evento chega a reunir 2 mil pessoas no centro, abrangendo os mais variados públicos. São pais que levam seus filhos, adolescentes, jovens, adultos e até pessoas mais velhas que vão até o local em busca de diversão.
Problemas com segurança
Embora seja um evento importante para a manutenção da cena cultural e alternativa da cidade, não se pode ignorar o fato de que o Chorinho também já foi palco de alguns episódios de violência.
No dia 9 de fevereiro deste ano (2018), o vendedor de doces Roberto Fonseca, de 39 anos, foi morto no local e outras duas pessoas ficaram feridas após a realização de um show.
Para Carlos Brandão, o infeliz acontecimento apenas revela uma das principais dificuldades enfrentadas para manter o evento vivo, que é justamente o alinhamento com os órgãos de segurança pública. Apesar de o Chorinho ser um evento realizado pela Prefeitura, a Guarda Civil Metropolitana ainda não é capaz de atender a demanda do evento. Vale ressaltar que após a tragédia, a segurança foi intensificada mas ainda assim, a Guarda não pode ficar por lá durante todo o tempo.
Mesmo após a onda de medo, o evento continua de pé e atraindo cada vez mais público que está realmente interessado em aproveitar o momento para encontrar os amigos e curtir da forma mais saudável possível. É importante ter consciência de que esta é uma produção importante para a cidade e precisa sim ter seu espaço.