O Ministério Público de Goiás (MP-GO) deflagrou na madrugada desta sexta-feira (7/12) a quarta fase da Operação Mãos à Obra, que apura irregularidades constatadas em contratos na Câmara Municipal de Planaltina de Goiás. Nesta fase, foi preso temporariamente um advogado que atuava como procurador Jurídico do órgão legislativo.
A operação, que é coordenada pelo promotor Rafael Simonetti e que conta com o apoio do Centro de Inteligência do MP-GO, participação de três promotores de Justiça, dois delegados e de 11 agentes da Polícia Civil (PC), ocorre na cidade de Formosa, na região do Entorno do DF, onde estão sendo cumpridos quatro mandados, sendo dois de prisão e dois de busca e apreensão.
De acordo com informações do MP, os mandados estão sendo cumpridos contra o ex-procurador Jurídico da Câmara Municipal de Planaltina de Goiás, o advogado Edimundo da Silva Borges Júnior, e de Fábio José de Souza Rodrigues, ex-gestor de Contratos da Câmara Municipal de Planaltina de Goiás.
A prisão do advogado é temporária, enquanto que a de Fábio é preventiva.
Fábio, ex-gestor de contratos, já havia sido preso temporariamente na terceira fase da operação, ocorrida também em Formosa. Em sua residência, os promotores e policiais encontraram mais de uma centena de cheques guardados em diversos cômodos.
Já Edimundo, o advogado, já é réu na ação do processo decorrente da Operação Caifás, deflagrada pelo MP-GO no último mês de abril, para apurar desvios da Igreja Católica de Formosa.
Durante as investigações, o MP detectou que Fábio José, que já é investigado por outras infrações cometidas no âmbito da Câmara Municipal de Planaltina, tais como aquisição de bens e contratação de serviços de forma fraudulenta, não poderia ter realizado estas irregularidades sem a anuência de Edimundo da Silva Borges Júnior, que seria o responsável por adulterar os procedimentos ilegais, na tentativa de evitar qualquer persecução judicial ou administrativa.
Operação Mãos à Obra prendeu o prefeito, empresários e o gerente do Banco do Brasil de Planaltina de Goiás, todos ligados ao esquema na Câmara Municipal
Esta já é a quarta etapa da operação, que foi deflagrada inicialmente no começo de novembro, em Planaltina de Goiás, e culminou na prisão do então prefeito da cidade, Pastor André, que, na época dos fatos apurados, era presidente da Câmara de Planaltina.
De acordo com o MP, ele teria fraudado contratações de empresas e superfaturado obras, além de ter desviado recursos do erário. Além dele, empresários e servidores da Câmara de Planaltina também foram presos.
A segunda fase da ação foi deflagrada em Planaltina, no dia 20/11, quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão na sede da Câmara Municipal. Já na terceira fase, deflagrada no dia 29/11, o MP detectou que o ex-gestor de Contratos da Câmara de Planaltina utilizou-se de ligações com o servidor do Banco do Brasil para descontar cheques da Câmara, com fraude no endosso para sacar dinheiro em espécie e repasse de uma porcentagem para o gerente